segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Momento Fernando Pessa

Um dos momentos televisivos de que guardo especial saudade é o dos famosos postais que o lendário jornalista Fernando Pessa escrevia ao presidente da Câmara de Lisboa (na altura, Jorge Sampaio), dando conta de aspetos menos positivos da cidade no seu dia-a-dia e que urgia reparar (lembro-me de uma peça mítica sobre o cocó nos passeios, flagelo que esteve, durante largos anos, por combater em Lisboa e que, ainda hoje, não desapareceu totalmente embora o cenário já tenha melhorado. Esposende, aliás, também sofre do mesmo problema na marginal requalificada mas sobre isso escreverei noutra ocasião).
Esses postais eram objecto de uma peça jornalística engraçada, que costumava concluir os telejornais das 20h de domingo, e que terminava com o mítico «e esta, hein?».
Serve a evocação de Fernando Pessa para, inspirado no seu exemplo de serviço público, dar aqui nota pública de duas situações para as quais a Câmara de Esposende deve olhar atentamente, diligenciando junto de quem de direito para intervir.
A primeira, prende-se com o cruzamento da estrada Esposende-Barcelos, de quem sai do Modelo ou vem da saída da A28 ou, se preferirem, de quem vai nessa estrada e pretende apanhar a A28. Esse cruzamento tem umas marcas no chão que servem para posicionar correctamente os automobilistas. Fruto do desgaste dos anos, as marcas desapareceram quase totalmente, e não raras vezes vemos automobilistas fora da sua margem, o que potencia acidentes naquela zona. Faz falta pintarem novamente as marcas, e não se percebe como é que, recentemente, aquando da construção da rotunda junto à Repsol ninguém se lembrou de «já agora, deixa ir ali passar uma pintura sobre o chão que está uma vergonha». 
O segundo caso, e para mim o mais gritante, é o que respeita ao cruzamento junto ao Minipreço, isto é, o cruzamento da Avenida Pe. Sá Pereira com a Estrada Nacional 13. Trata-se de um cruzamento infame que já leva a sua conta de mortos e feridos, nalguns dos acidentes rodoviários mais infelizes da história de Esposende. Excesso de velocidade, falta de visibilidade, má interpretação das regras de prioridade, é um cruzamento vergonhoso, tal como se encontra neste momento, porque, claramente, os sinais Stop e a passadeira não chegam. Aliás, a passadeira que lá está é uma anedota, pois os automobilistas fazem tábua rasa das mais elementares regras do código da estrada, e quem pára para dar lugar ao peão só pode ser parvo pois quase ninguém o faz.
Não percebo, passados estes anos todos, como é que ainda não se intervencionou naquele lugar, nem que fosse com umas míseras lombas (embora o adequado seja o semáforo). Alguma razão transcendente, certamente, faz prolongar uma intervenção óbvia e que contribuiria para uma melhor e mais segura circulação rodoviária na nossa terra. Resta saber até quando é que teremos de esperar mais... 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Carta a Benjamim Pereira

Caro Benjamim Pereira,

As instituições são as pessoas, e são as pessoas que lhe dão alma e vida, que lhe conferem personalidade e o seu carisma. O carisma da Câmara Municipal mede-se pela forma como os seus máximos representantes  falam e se expressam e ao ouvir o seu discurso no Dia do Município fiquei preocupado.
O endeusamento  de João Cepa ficou claro quando falou nas obras em curso , como sabe melhor do que eu, a adjudicação é a última fase do concurso que já se encontravam em curso e o Benjamim os finalizou e os terá de executar e como bem sabe, quase todas as obras de que o anterior executivo se orgulha foram financiadas pelo programa Polis e outros similares, sem os quais as obras estariam quase na mesma. Mas este endeusamento continua quando apelida a prestação do seu antecessor como “ímpar”, “referência nacional”, “visão estratégica”, “ irrepreensível”.
Ora vejamos alguns factos concretos: Esposende continua a ter um nível de salários abaixo da média nacional, um nível de pessoas com formação de ensino superior abaixo da média nacional, ainda não se eliminaram as barracas, a abertura de novas empresas é inexistente, as pessoas continuam a usar a cidade como dormitório, os hotéis não estão cheios, o comércio local definha etc. Tudo isto me parece mais do que suficiente para o Benjamim ser mais comedido na adjetivação da anterior administração.
Preocupa-me que o Benjamim utilize um discurso demasiado dado ao sebastianismo, uma demonstração de excessivo respeito como se nos descansasse que ele um dia voltará numa manhã de nevoeiro mas também uma desculpabilização antecipada, uma certa salvaguarda sua como se colocasse o seu antecessor num pedestal tão elevado que todos pensem que é impossível alcança-lo, mas tenho-lhe a dizer Benjamim que desde Yuri Gagarin o céu já não é o limite.
O Benjamim fala na participação cívica e voluntária, na necessidade da crítica construtiva,  e na sobreposição dos interesses da coletividade perante os individuais. Não poderia concordar mais consigo Benjamim, mas para atingirmos este estado de consciência social é necessário a construção de uma qualidade de vida nas populações que as leve a pensar em algo mais do que sobreviver no dia-a-dia,  que as leve a pensar em algo mais do que a satisfação das suas necessidades básicas .  
E para atingirmos essa qualidade de vida não nos poderemos apenas entregar ao turismo, à boa cozinha e à diversão. Sei que neste espaço sempre defendi (e o defenderei) o turismo e dei algumas ideias para o turismo, mas o turismo não é o garante de um ordenado elevado, estável e com potencialidade para crescer, mas sim a indústria, as fábricas, o sector secundário que cria riqueza e transforma matéria-prima em produtos de valor acrescentado. Sem o aumento da qualidade de vida dos Esposendenses o pedido de abandono das suas necessidades pessoais por uma causa maior e para abandonarmos as críticas aos orgãos de soberania para abraçarmos o trabalho cívico são os mesmos argumentos utilizados pelos estados e governantes “musculados” pelo mundo fora .
Sabemos que as pessoas não perfeitas, não são robots e nem mesmo os robots são perfeitos posso-lhe garantir, mas o Benjamim foi eleito para um cargo de chefia, um cargo de decisão onde é preciso visão, ação e clarividência e esse tem sido o seu grande defeito.
O Benjamim ainda não percebeu que a presidência da Câmara é uma função para a qual foi eleito e que é pago para tal, por todos nós, e que é a nós que nos deve explicações e mostrar progressos e não guardar para si os projetos e ideias. Esposende não lhe foi doada, mas sim emprestada para o Benjamim a fazer crescer. O Benjamim ainda não percebeu que o seu passado académico, político e laboral foi o responsável para ser vice-presidente da Câmara (e como deve ser), mas não foi esse passado o responsável pela sua eleição como presidente da Câmara, mas sim o ideal, o sonho que conseguiu passar às pessoas, o carisma.
O carisma não se consegue falando consecutivamente no seu antecessor, não se consegue falando no que se poderá fazer, não se consegue falando das glórias passadas. A instituição Câmara Municipal corre o risco de surgir aos olhos da população como uma instituição plácida, imóvel, bafienta mesma, com este latente sebastianismo. Até a sua ausência na cerimónia foi um ato político, transformando uma ausência numa não-presença mais comentada que a putativa presença do próprio.
Existe uma altura na vida de um homem em que matamos o pai psicologicamente , apenas na nossa cabeça entendamos bem, em que nos apercebemos que os nossos progenitores nada mais podem fazer por nós e teremos de seguir em frente e o Benjamim, como homem político, precisa de matar na sua cabeça o seu pai político o quanto antes.   
Pelo nosso bem…
Cumprimentos
Manuel Gomes Pereira

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Frases de 2014 (3)

"Mas podemos hoje dizer que mais de 10 milhões de obras – quer no âmbito do Polis Litoral, quer no âmbito de obras que não sendo competência da câmara, como o caso das docas de pescas – a câmara tem assegurado".

Agostinho Silva, presidente da Assembleia Municipal de Esposende, no discurso do Dia da Cidade e do Município (19.08.14) enquanto elencava o trabalho realizado à data pelo executivo de Benjamim Pereira.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Miguel Gameiro, os Pólo Norte... e uns tantos desnorteados!

Nota prévia: Depois do dia 19 de Agosto sucede-se anualmente o dia 20 de Agosto! Este poderia ser um dia 20 qualquer, de um Agosto qualquer, de um ano qualquer. Quis a nobre memória de el Rei D. Sebastião que este fosse o dia 20, após o dia 19 de Agosto de 2014 - o primeiro dia! Não um "primeiro dia qualquer", o primeiro dia em que eu estive presente na plateia do auditório municipal para assistir à sessão solene do dia do Município. (Creio que em tempos passei por lá, mas devido à falta de espaço do salão nobre da CM, fiquei-me sempre pelas passagens e nunca pela permanência).

Dita esta nota prévia, outra se sucede: 
Nota prévia 2: Depois de ouvir a introdução do discurso do Sr. Presidente da CM, senti-me deveras hesitante na escrita deste post! Ele falou lá tão mal desses que andam pelos cafés a dizer mal do trabalho feito (Sim! Fiquei ontem a saber que afinal há! E assim sendo, em abono da verdade, impõe-se aqui dizer que "Há trabalho feito" - pronto, está dito!). Retomando! Andam por isso esses "más línguas" pelos cafés a dizer mal das pessoas! Bandidos! É que provavelmente vão só aos cafés dizer mal, se ainda lá fossem consumir algo... sempre estimulavam a economia local! De repente apercebo-me: o Largo dos Peixinhos é um blog, não um café! Ah pois... mas se calhar ele também criticou os gajos que escrevem nos blogs... Ora bolas... Que fazer? Bem... se calhar não escrevo nada! Vão dizer que eu sou desse bando de malfeitores.

Posto isto, este post será necessariamente um não-post! 
Ainda pensei falar sobre os concertos no parque (que multidão trouxeram!)
Tenho que concordar que foi um grande trabalho político o anúncio dos concertos na RFM! Eu nunca tinha visto tanta gente à noite em Esposende.

Mas para falar dos concertos iria falar do Vitorino que fez da nossa praça uma mini festa do Avante! (O que para mim foi giro, pois eu sempre quis ir ao Avante)! E teria necessariamente que falar do fabuloso concerto do Miguel Gameiro com os Pólo Norte... e por aí voltaria ao tema das medalhas, pois só me vem à ideia esta musiquinha:


E inspirado pelo abraço... não terei sido o único a reparar num prolongado abraço entre o entregador de medalhas e um certo representante de um medalhado ausente! Por momentos acreditei que algum dos dois estava de partida para a guerra e que o outro ficaria cá a cuidar da casa e dos filhos! Foi lindo e  comovente!


ps.: A única parte séria do post: 
1. A Banda de Antas deu um concerto fabulosa! Parabéns! Um sucesso e muito nível.
2. O facto do medalhado ausente se ter feito representar pelo pai creio que teve categoria! Que filho não adoraria apresentar o pai para receber uma medalha por si? Afinal de contas, creio que todos temos orgulho em ser o produto da educação que nos deram pai e mãe.

E agora vou-me que tenho que ir ali ao café!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Pelo rio acima

Se o turismo for aposta no concelho de Esposende, as atividades náuticas deverão ser um dos pilares mais fortes.

Falo do Centro de Actividades Náuticas - Sabseg.
Atualmente, este centro da responsabilidade do Fórum Esposendense já conta com um conjunto de valências e atividades interessantes, como a escola de vela, os passeios pelo rio Cávado, os encontros de embarcações históricas no rio Cávado, entre outras,  sendo para mim claro que com algum reforço das atividades pode ser uma das novas estrelas do nosso concelho. A escola de vela consegue proporcionar atividades o ano inteiro. Além de criar e fomentar um novo desporto no concelho que pode ser aproveitado para atrair mais alguns eventos para o concelho como competições de vela das mais diversas disciplinas, consegue criar a dinâmica da vela para os praticantes ocasionais.
Mas a mais interessante delas todas será a das excursões ao Rio Cávado.
Os passeios deveriam ser divididos em dois tipos, o de tipo excursão e o de tipo cruzeiro.
Os passeios em modo excursão teriam de ser aquilo que o próprio nome indica, uma excursão. A sua vertente deveria ser a de conseguir reunir o maior número de pessoas possível num barco para que o preço final fosse atrativo, tendo como principal objetivo fazer um passeio turístico para apreciar quer o rio, quer as margens, fazendo com que os viajantes vissem as localidades que estão à margem de uma nova perspetiva, dando a conhecer algumas delas a quem não as conhece, promovendo o rio em si, utilizando um guia turístico que fosse contando factos curiosos e históricos do rio Cávado, fazendo assim a ponte com o que poderiam encontrar no Museu Marítimo, local onde este tipo de excursão deveria acabar, já que à semelhança do Museu Municipal este museu ainda não se encontra apelativo para quem passa.

Os passeios em modo cruzeiro não procurariam atrair o máximo de pessoas mas sim pequenos grupos dependendo da capacidade das embarcações. Aqui o objetivo seria proporcionar às pessoas uma embarcação para passar o dia no rio, com refeições  a bordo, possibilidade de apanharem banhos de sol, poderem movimentar-se no rio, entre outras atividades. Assim conseguiríamos atrair as pessoas que querem passar um dia no rio, a desfrutar do rio, e não serem obrigadas a terem barco próprio. Vejo aqui possíveis problemas em termos de licenças de navegabilidade, mas cada embarcação poderia vir com um piloto encartado para o efeito. A inexistência deste tipo de possibilidade é uma das lacunas da nossa oferta turística, já que este segmento não só atrai as pessoas como fixa e publicita de uma forma indireta os locais que a promovem.  
Para lançar de uma forma convincente o que aqui em cima escrevi seria necessário garantir que as condições em que este centro atuaria fossem apresentáveis. Quem passa pelo estaleiro não pode deixar de pensar se o edifício se encontra devoluto ou em estado de abandono tal como o jardim e a rampa de saída para o mar, que mais parece um estaleiro abandonado da Lisnave do que um centro em plena atividade. É necessário que o Fórum Esposendense tente junto das autoridades competentes algum tipo de apoio para a recuperação do espaço e a sua dignificação.
Se existem imagens que nos ficam e nos fazem pensar se a sociedade civil está adormecida e à sombra das suas instituições, a marginal de Esposende surge como um bom exemplo contrário. Se numa das suas pontas temos as virtudes da recuperação (e certíssima) da marginal com recurso a financiamentos externos, na outra ponta começamos a ver o despontar de novos pontos de atração e  de animação em Esposende.
O “Mar” não rende dinheiro apenas com a pesca, temos de ir mais além.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Robin Williams, 7.ª arte e auditório

Não fossem os ciclos de cinema no Verão, para miúdos e graúdos, que em tempos idos do século passado a Câmara de Esposende levou a cabo, e provavelmente até hoje ainda não teria visto 3 extraordinários filmes que consolidaram a minha paixão pela 7.ª arte Jumanji, com Robin Williams, Laços de Ternura, com Jack Nicholson e Cinco Dias, Cinco Noites, com Paulo Pires e Vítor Norte.
Foram sessões em que o auditório estava cheio, e que possibilitaram a muitos esposendenses a oportunidade de cultivarem um hábito de lazer que a carteira, infelizmente, não permitia. Por razões que desconheço, estes ciclos de cinema foram sol de pouca dura.
Hoje em dia, quando vejo o sem número de atividades desportivas que a Câmara vem promovendo (e bem, note-se) nesta altura do ano, pergunto-me sobre o que faz falta para que sejam retomados os ciclos de cinema que sabem sempre tão bem no Verão e que têm, efetivamente, adeptosCiclos de cinema dedicados a um ator ou realizador específicos, ou a determinado género da 7ª arte (fantasia, romance, drama, etc).
Ainda antes de conhecer o Clube dos Poetas Mortos ou Bom dia Vietname, Robin Williams entrou diretamente no meu top-3 de atores preferidos de sempre por causa, durante alguns anos, de Jumanji, filme esse que me foi dado a ver no referido ciclo de cinema de Verão no auditório.
Quantos jovens esposendenses não poderiam ter o seu Jumanji, se não se fizessem essas sessões de cinema com regularidade, onde são exibidos filmes que já têm alguns anos e que muitos nunca tiveram oportunidade de ver ou desconhecem.
Imperdoável, de Clint Eastwood, um dos meus filmes preferidos de sempre, conheci-o, precisamente, por causa de um ciclo de cinema dedicado ao western, mais de 20 anos depois do seu lançamento.
Em resumo, Esposende tem de retomar uma das suas melhores práticas de Verão, algures perdida no tempo, e suscitar em miúdos e graúdos paixões pela 7.ª arte que marquem as suas vidas, como os filmes que já citei marcaram a minha.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Emigração académica, um rumo?

Com a emigração laboral certamente assistiremos ao fenómeno da emigração académica, uma emigração que passa pelas pessoas emigrarem para outros países em buscas das oportunidades de cursos superiores que em Portugal não existem e pela busca de menores gastos para esses mesmos cursos.
Aceito que este tema deva ser tratado a um nível regional e até nacional, mas penso que no Minho poderíamos já ter algumas experiências neste campo para percebermos a aceitação e a dimensão do fenómeno.

Este fenómeno já ocorre com alguma frequência entre os países da Europa Central que compartilham o alemão como língua oficial, em que os estudantes da Áustria e Alemanha já promovem o intercâmbio, estando este fenómeno a alastrar-se a estudantes do Reino Unido, Irlanda, França e a algumas regiões de Itália que, com a abertura da Roménia, Bulgária e Croácia, têm a oportunidade de obter os seus cursos superiores com a mesma qualidade mas a preços muito mais contidos, em que em alguns casos as poupanças anuais ascendem às dezenas de milhares de euros. 

E é este fenómeno que a região do Minho deveria aproveitar para obter dividendos para si. Com o advento das instituições de ensino superior no Minho, e com os baixos preços que se praticam em comparação a outras países da União Europeia, teríamos claramente espaço para atrair estudantes desses países para as nossas cidades. Não defendo, ao contrário de uma certa classe económica portuguesa, que o caminho Portugal passa quase em exclusivo pelo aproveitamento dos preços baixos,dos salários baixos e da mão-de-obra barata,  porque isso será um erro que provavelmente muitas gerações terão de pagar, mas antes aproveitar este momento, essa possibilidade, para darmos o “salto” qualitativo, para conseguirmos atrair atenções internacionais e com tudo o que os estudantes trazem.

Se quisermos perder algum tempo e analisar as listas de alunos de alguns institutos superiores e faculdades no Porto é fácil perceber que este fenómeno já existe, sendo o estudante brasileiro que vem tirar o seu curso a Portugal uma situação quase normal, mas penso que teríamos de pensar em algo mais, noutros mercados. 
E o que trariam esses estudantes?
Trariam euros, libras, coroas, dólares, cuanzas, reais para gastarem no nosso comércio, trariam rendas de casa adicionais, trariam publicidade gratuita acerca das cidades onde eles ficassem, trariam aumento de população fixa nas nossas cidades. As nossas universidades necessitam também de ter mais procura em termos de estudantes universitários, e não estou a falar daqueles que chegam via programa Erasmus, mas daqueles que vêm para ficar o curso completo, para poderem  ser cada vez mais reconhecidas em termos internacionais e deixarem o filão PALOP para contar com um apreciável número de alunos estrangeiros nas suas escolas.
E o que terá de ser feito?
Claro que atrair estes alunos é uma questão regional e nacional. É necessário estar nas feiras de educação, é necessário estar presente nos liceus e nas associações de estudantes para garantir que a mensagem é passada  ou que pura e simplesmente é conhecida  e que não se perde no meio de outras centenas de programas de intercâmbio académico. Seria necessário criar condições e facilidades de acessibilidade para estes alunos, para que no primeiro momento tivessem uma entrada mais normalizada na nossa sociedade e nos nossos hábitos. Seria também necessário que a Universidade disponibilizasse conteúdos em inglês e instituísse as aulas de português para alunos estrangeiros para assim ser necessário reduzir as aulas em inglês aos primeiros anos.
E Esposende sendo um concelho que vive rodeado de concelhos com instituições de ensino superior teria claramente algo a ganhar com este novo paradigma. Poderíamos dizer que este seria um bom pretexto para que Esposende tenha o afamado e prometido instituto superior no seu concelho e assim deixarmos de ser o buraco-negro nesse campo no Litoral Norte, já que Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Barcelos e Viana do Castelo contam com instituições de ensino superior que com os apoios e as vontades políticas certas poderia contar com uma extensão de uma destas escolas superiores ao nosso concelho, essa promessa sempre adiada.
Claro que tudo o que escrevi acima perde quase toda a força se a proposta do nosso governo em colocar as propinas para alunos estrangeiros a 8000€ anuais for concretizada, mas mesmo assim é um caminho…

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"A" rampa!

Vou, antes de mais, começar por esclarecer que me congratulo por ver que as pessoas com dificuldades de locomoção têm agora forma de "visitar" os Paços do Concelho. É sem dúvida uma beneficiação para um espaço que não permitia um acesso facilitado a todos, uma intervenção que urgia, porque não se pode pedir a outros o que a "nossa" casa não tem.
A obra chegou, apesar de tardia!

Mas apesar de tardia, a obra surge com algumas "deficiências". 
Esteticamente é demasiado invasiva, apesar dos esforços de enquadrar a mesma no espaço circundante, a referida rampa, torna-se visualmente "pesada". Sempre pensei que a obra passaria pela construção da rampa num prolongamento do "hall" de entrada do edifício, ou pela instalação de uma plataforma mecânica como existe no acesso à Caixa Geral de Depósitos. 
Lá saberão os arquitectos Camarários o porquê da instalação da rampa desta forma. 
Certamente, o nosso "edil", com competências na área, até se poderá ter pronunciado sobre o projecto.

Como disse, vale pela intenção, pela finalidade e só por ai já é de louvar. 

Mas certamente terá finalidades várias, senão vejamos o que a criançada (em todo o seu direito e ingenuidade - característica da idade) poderá fazer com a referida rampa; ainda irei assistir a uns "torneios" de skate ou patins em linha ali para o lado da Rua 1º Dezembro, com direito a atropelamentos a quem entra e sai no edifico, ou quando muito a umas manobras mais arriscadas naquele corrimão com uns quantos "tombos" à mistura.

Esperemos que estas acrobacias sejam feitas apenas pela criançada e que não haja uns e outros a, como se diz, "ir de patins"!!! 
A ver vamos...

(foto de Luís Eiras)

sábado, 2 de agosto de 2014

Medal of Honor ou simplesmente Medalha de Honra aqui por Esposende.

O título deste post bem podia ser considerado plágio do nome do jogo, não que o post seja sobre jogos (de consolas), mas de certo modo porque é capaz de ser sobre "joguinhos de poder".

Convém ainda referir que este post quebrará um certo dogma que recentemente se instalou por aí, o "não voltarás a falar do João Cepa" - é que em boa verdade, para os que pensavam que o simples facto de as empresas do ex-autarca terem feito parte do leque de empresas apoiantes da minha aventura em modo ultra-maratona em btt no Moutain Quest Amarante iria diminuir o meu leque de assuntos preferidos... aqui está o "quebra dogma".

Vamos então aos joguinhos de poder! E às medalhas!


Ouvi ali pela 1.º de Dezembro que o actual Presidente de Câmara se prepara para levar à próxima reunião de Câmara a atribuição da "Medalha de Honra" ao seu antecessor. É um gesto bonito, não haja dúvida. 

Consta-se até que, para que essa sua vontade ficasse registada para a posteridade, terá manifestado essa intenção por escrito ao visado - e não, não foi por sms.

Estas coisas do "politicamente bonito" são lindas! Tão lindas que o cartaz do jogo em imagem até parece encomendado para o efeito - atente-se "medalha de honra em ambiente de trincheira"! É que há já muito tempo que o povo percebeu que as coisas não andarão de abraços entre o passado e o presente... se calhar porque há mesmo quem tenha medo do futuro.

Verdade seja dita e fazendo fé nos rumores... e porque com um inverno tão chuvoso, perdão, um verão tão chuvoso, a gente tem tempo para ver o fumo noutros locais que não a mata, anda por aí muita fogueira! Então ali pela 1.º de Dezembro... são "labaredas enormes"!

Resta-nos aguardar pela decisão da reunião de Câmara! É que estou mesmo curioso! Será que passa?

Pelo menos a "silly season" local é bem mais interessante que a nacional e aqui os cúmentadores (não, não se trata de erro! É tão só um "neologismo" associado à qualidade de alguns dos nossos intelectuais) ainda não pediram reformas de "ministros" - isso sim, seria interessante.

 E esperemos que os ctt não se atrasem, não vá o galardoado ser notificado para a cerimónia depois da data da mesma.

Uma coisa é certa, isto é como as corridas: há os que correm e há os que entregam as medalhas. Às vezes temos a sorte de ver a entregar as medalhas um fulano que também corre, mas é só às vezes, pois regra geral são fibras diferentes.

E bem que este post poderá terminar em jeito de episódio do Dragon Ball - "não percam o próximo episódio, porque nós também não."

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Visit Esposende II

Aqui há meses demos conta da necessidade do  site «visiteesposende», vocacionado para a promoção turística do concelho de Esposende e das suas atividades, dever contemplar, numa fase imediata, atenta a proximidade do Verão, uma versão em inglês e, assim que possível, versões em francês e espanhol.
Felizmente, a primeira parte da reestruturação do site já está feita. Já é possível consultar o melhor de Esposende e a sua oferta em inglês. Well done!