Saint Moritz é uma pequena cidade situada nos Alpes, com uma
população e uma área geográfica aproximadamente à de Esposende.
Esta pequena cidade é conhecida como o berço dos desportos
de Inverno e já albergou por 2 vezes os Jogos Olímpicos de Inverno, 1928 e
1948, é um ponto de passagem obrigatório para os diversos campeonatos mundiais de
desportos de inverno, tem uma estação de comboio onde termina uma linha
ferroviária com estatuto de património material da Humanidade pela UNESCO, é
servida por um pequeno aeroporto para jatos de pequeno porte que detém o título
de aeroporto da Europa a maior altitude, tem uma escola de aviação, tem 4
hóteis de 5 estrelas, um clube de vela, um clube de hipismo, nas suas ruas
existem Rolls-Royces e ouve-se russo.
O seu comércio local conta com restaurantes galardoados com
estrelas do Guia Michelin, conta com um stand da Maserati, lojas da Hermés,
Prada, Bulgari, Gucci, La Perla e mais algumas marcas do mesmo calibre, mas
também conta com duas sucursais do COOP (o equivalente ao Pingo Doce) e conta
com uma loja do cidadão e ainda, e o que mais me surpreende, conta com um serviço
de autocarros, 3 linhas, dentro da cidade.
Relembro, esta cidade é do tamanho de Esposende…
E ao descrever isto lembro-me do que os meus pais me
contavam do que era Esposende há uns valentes anos atrás, lembro-me do que era
a movida e os acontecimentos que aqui ocorriam e de como era normal receber
eventos de grande visibilidade em Esposende. Claro que hoje a mesa do xadrez
mudou e os olhares e o dinheiro mudou de mãos e mudou de rotas, que o poder
industrial passou a ter mais força no magnetismo de certos eventos e tornou-se
mais aglomerador de mais dinheiro e de mais atenção.
Mas o dinheiro não
compra o mais importante: classe!
E é aqui que o nosso esforço de turismo tem de ser centrado,
classe, classe e mais classe!
Nos últimos anos verificamos que Porto, Matosinhos e Leça só
se notabilizam por eventos agarrados a um público jovem e a reboque das
cervejeiras ou empresas de telecomunicações. Póvoa de Varzim e Vila do Conde
seguem o seu exemplo mas numa dimensão muito mais reduzida. Viana do Castelo e
a restante orla costeira do seu distrito vivem do turismo sazonal de Verão e pouco mais. Se formos mais longe, Espinho vive quase em
exclusivo do que o seu casino quiser, Vagos e Mira quase não existem e a
Figueira da Foz é uma sombra do que era.
Como concelho temos de reganhar este espaço, temos de
reganhar esta credibilidade.
Somos pequenos? É verdade, mas assim conseguimos ser mais
autênticos e melhor controlar o nosso planeamento e território.
Não temos um clima tropical? É verdade, mas nem toda a gente
gosta de dias de 45ºC, e em muitos países o calor excessivo é um motivo de
descompensação.
Não temos grandes praias? É verdade, mas podemos redescobrir
o rio como atração turística e como local de eventos de atividades naúticas.
Não temos hóteis de grande capacidade? É verdade, mas as
torres de Ofir serviriam muito bem para serem esse hotel de referência, caso
Torralta.
Não temos atividades? É verdade, mas isso dá espaço em
termos de tempo e espaço para novos eventos.
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