domingo, 28 de janeiro de 2018

PS-Esposende, um regresso ao futuro?

Tito Evangelista foi nomeado como presidente da Concelhia do PS-Esposende e isso leva a algumas reflexões.

A primeira reflexão que temos de fazer é que a continuidade de Laurentino Regado depois do resultado das eleições autárquicas o percurso seria algo penoso quer para a concelhia quer para o próprio Laurentino Regado, dor ainda mais ampliada depois da s para a JPNT.

A segunda reflexão que temos de fazer é sobre a ausência de caras novas na política esposendense. Se nas últimas autárquicas João Cepa teve mais tempo a refutar a debater o que foram os seus 3 mandatos do que a apresentar novas ideias para o concelho, Tito Evangelista terá ainda maior tarefa neste campo já que algo me diz que os seus anos de PSD e mandato como vereador pelo PS serão chamados ao debate público e à esgrima dos argumentos e numa época em que parte do debate é feito nas virulentas redes sociais, o que foi dito e feito no passado é rapidamente arremessado contra quem o fez ou disse. 
Esta situação exigiria uma cara nova, um novo rosto e um político sem grande cadastro para que o PS-Esposende retomasse o seu lugar histórico neste concelho: o principal opositor ao PSD. Penso que esta ausência de renovação deve-nos fazer pensar a todos, e principalmente às concelhias e às juventudes partidárias, se estamos a formar pessoas capazes de assegurar com competência e sentido de responsabilidade o futuro político deste concelho e não apenas pessoas para estarem nos lugares não-elegíveis e fazerem número nas arruadas.

A terceira reflexão que temos de fazer é que este é o corolário do que se assistiu nos debates das eleições autárquicas onde Tito Evangelista mostrou-se sempre uma pessoa mais à vontade no debate de ideias e na acareação com as outras forças políticas e terá de explorar esta sua veia para ir apagando a imagem de presença truculenta do PS-Esposende que Laurentino Regado foi deixando nos seus anos de mandato.

Finalizando, se por um lado Tito Evangelista é a melhor opção para o PS-Esposende neste momento o mesmo PS-Esposende deve perceber o que quer para o período pós-Tito Evagelista e evitar uma contínua reciclagem de antigas figuras.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

A História é sexy

A muito concorrida sessão de apresentação da mais recente obra de José Felgueiras, “Naufrágios na Costa de Esposende”, à qual não faltou a quase totalidade do executivo camarário, é bem reveladora do interesse e gosto que a comunidade esposendense tem pela sua história.
Nem só de concertos vive a cultura e Esposende, felizmente, tem a sorte de ter pessoas dedicadas que emprestam o seu tempo à comunidade, investigando, pesquisando e tratando para livro alguns dos acontecimentos mais importantes da existência do concelho.
Manuel Albino Penteado Neiva e José Felgueiras são dois historiadores que têm brindado o concelho com importantes obras evocativas da história local. Penteado Neiva coligiu um inestimável documento histórico sobre a participação esposendense na Primeira Guerra Mundial. José Felgueiras dispensa apresentações no que toca ao tratado histórico sobre o Mar e Esposende a que se vem dedicando.
Estes importantes contributos ao concelho não se podem ficar apenas pelas cerimónias de lançamento dos respectivos livros. Conferências pelas freguesias, apresentações nas escolas, são algumas das iniciativas que podem e devem ter lugar, sempre que surge uma nova obra histórica sobre a terra.
No ano passado, o Centro Cultural de Belém levou a cabo uma série de tertúlias sobre a história de Portugal e a Europa, sempre com um olhar na actualidade. Estas sessões, que eram feitas por alguns dos mais destacados historiadores nacionais, tiveram enorme sucesso, estando sempre cheias. Julgo que isto demonstra bem como, afinal, as pessoas têm interesse pela História.
Gostaria, pois, que, à sua escala, Esposende também viesse a replicar este tipo de iniciativa. Os pressupostos estão reunidos: as pessoas aderem em grande número às apresentações de obras sobre história; temos muito bom material histórico para ser dissecado; e temos historiadores com um grande capital de conhecimento para ser partilhado. Não podemos, nem devemos conformar com o mero lançamento dos livros. 

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Um cinema que se afundou como o Titanic

Quando se assinalam 20 anos da estreia do Titanic nos cinemas portugueses, as redes sociais entraram, por estes dias, em modo nostalgia, com evocações do filme e das sessões vistas.
Embora 20 anos não sejam 20 dias, tenho bem presente na memória as imagens das filas enormes que se formaram a partir da bilheteira, gente que ia várias horas antes da sessão começar para tentar conseguir adquirir o seu bilhete mágico. O sucesso foi tal que, extraordinariamente, foram realizadas várias sessões da película. Sempre com lotação esgotada.
Na altura do Titanic andava no 9º ano. Lembro-me que o entusiasmo com o filme foi de tal ordem que numa aula de História, a matéria acabou por ser trocada pela discussão sobre o filme. Foi um debate muito vivo e apaixonante. A certa altura alguém sugeriu agendar um visionamento no cinema exclusivamente dedicado às turmas do 9.º ano, com o aliciante de o filme ser comentado, do ponto de vista histórico, pelos professores da disciplina. Infelizmente, essa boa intenção nunca veio a ganhar acção.
O Titanic foi, seguramente, o filme de maior sucesso comercial no cinema de Esposende. Mas outros filmes podem reclamar o seu lugar na galeria das sessões épicas que passaram no nosso cinema. Jurassic Park, Apollo 13 ou Braveheart, só para citar alguns exemplos.
Actualmente, não temos cinema no nosso concelho. A proximidade com Braga ou Porto, que apresentam uma oferta muito superior e sempre actual, a par com o decréscimo no número de espectadores a irem ao cinema, foram factores que contribuíram para que o cinema em Esposende se afundasse, como sucedeu com o Titanic. É uma lacuna que, porém, se lamenta. 
O cinema não é apenas comércio, mas também cultura. Quantos filmes históricos, realizadores históricos, actores clássicos, não mereciam um ciclo de cinema dedicado a si? Por exemplo, um ciclo sobre "O filme da vida de...", convidando personalidades do concelho para elegerem um filme marcante e comentarem-no. Julgo que há espaço para este tipo de iniciativa e tenho pena que nunca tenha sido tentada.
Como aqui já recordei neste espaço, há alguns anos, nas festas de Verão, o Município levou a cabo uma semana inteira dedicada ao cinema (de tarde, filmes para as crianças, à noite, filmes para os mais velhos). As sessões encheram sempre. Devo a essa semana ter visto, pela primeira vez, o Jumanji e Laços de Ternura, filmes que me marcaram. Novo lamento: essa iniciativa nunca mais foi repetida.

PSD-Esposende, Rio acima e Rio abaixo.

 E tivemos as diretas no PSD.

 Bons velhos tempos em que o PSD nos proporcionava aqueles fins-de-semana de "Congresso do PSD" muito pesados, com "barões", intriga e grandes enxovalhos a Durão Barroso e Pacheco Pereira, agora temos as calmas diretas e uns debates a roçar a peixeirada.

 Não sou, nem nunca fui, simpatizante ou votante do PSD e não sou, nem nunca fui, adepto de qualquer um dos candidatos à liderança por isso considero-me na posição de Ícaro: vejo tudo de uma posição distante.

 Santana Lopes não me convence porque quando lhe foi dada a hipótese de governar foi um pequeno desastre (a governação de Durão Barroso foi o seu principal fardo ou não teria ele fugido para Bruxelas) utiliza a calúnia e as questões pessoais com uma facilidade atroz e têm o vício de andar sempre por ai, mas em comparação com Rui Rio parece que têm alguma noção do que é política e do que é uma estrutura ideológica de partido.

 Rui Rio por sua vez causa-me diversos repúdios. Grande parte dos seus créditos na estabilidade financeira que deu à Câmara Municipal do Porto e ter iniciado a abertura do Porto ao turismo mas nesta sua caminhada deixou uma cidade cada vez mais secundarizada em relação a Lisboa naquilo que concerne aos centros de decisão nos principais vértices da vida do país, incomoda-me a sua visão de capataz de fazenda para uma organização e a sua aversão à cultura não me traz confiança e não me venham com o argumento do "ser do Norte": Nuno Melo também é e não é por isso que o acho mais aceitável.

 E como fica a concelhia do PSD-Esposende depois desta eleição? A deixar passar o mar agitado e à espera que as eleições legislativas cheguem.

 Se o apoio a Santana Lopes por parte de Benjamim Pereira era implícito depois da aparição de Santana Lopes na campanha autárquica, também não é menos verdade que a distrital de Braga foi uma das distritais que teve uma votação mais repartida o que me diz que dentro da distrital teremos elementos de ambos os lados na mesma e obriga a estrutura nacional a ter cuidado com os ímpetos de purga que usualmente surgem depois da mudança de líder.

 O PSD-Esposende terá que fazer o papel de morto até que as eleições cheguem e a necessidade de ter uma máquina minimamente oleada no terreno para combater a gerigonça de Costa. É uma crença minha que este apoio a Santana Lopes será punido aquando da distribuição de lugares para as listas de deputados no círculo de Braga, ficando na melhor das hipóteses na mesma posição de 2015.

 Falta também perceber até que ponto as alterações de Rui Rio atingirão as distritais e apenas nessa altura poderemos perceber o que é que as ondas que começaram no São Caetano terá na costa de Esposende.

 Interessante também será perceber quem do PSD-Esposende colocará como danosa esta proximidade entre Benjamim Pereira e Santana Lopes e quem daqueles que abandonaram o partido nas últimas autárquicas aproveitará a eleição de Rui Rio como um pretexto para uma aproximação e até reintegração no PSD.

A ver vamos.   
   


quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Manhãs da Rádio...

É estranho falar de rádio e o assunto não ser a Rádio Esposende, mas isso também acontece e hoje é o caso.

A 3 de Janeiro fomos surpreendidos, alguns não, com o anúncio de Vasco Palmeirim que tinha tido uma Passagem de Ano em Esposende e logo a seguir descobrimos que Vera Fernandes conhecia a Estalagem Zende e era uma fã do Bacalhau à Zende e mais uns segundos depois vimos Pedro Ribeiro a elogiar a Marginal e a descortinar os nossos motivos de atração.

Em 30 segundos tivemos publicidade gratuita que de uma outra forma nos custaria muitos milhares de euros e que na realidade fez com que as pessoas tivessem pelo menos uma referência e um despertar de curiosidade para com o nosso concelho e que em abono da verdade fizeram quase tanto como as campanhas publicitárias levadas a cabo até hoje.

Dito isto, voltamos ao tema das verbas gastas em publicidade e da política de comunicação.

Não desdenho do esforço em publicitar mais o concelho que foi levado a cabo pelo Turismo de Esposende até hoje mas existe um momento em que se exige refletir sobre qual o patamar de divulgação em que queremos estar e penso que está na hora de darmos um salto qualitativo na nossa divulgação, que certamente levará a um salto nos custos, mas que nos podem dar outras perspetivas.

Uma das regras para promover uma marca de luxo é nunca fazer uma campanha baseado numa personalidade, outra das regra é vender fazer do produto algo mais caro e inacessível do que ele é mas uma das mais importantes é vender o produto como um estilo e ma forma de estar na vida e não como uma necessidade instantânea, e a publicidade de Esposende precisa disto.

Apesar do que escrevi aqui em cima, esta situação das manhãs da Rádio Comercial teria sido a desculpa perfeita para convidar a equipa da manhã a passar o fim-de-semana em Esposende e ganharmos ainda mais publicidade.

Um dia, e não pode ser daqui a muitos meses, temos de perceber se queremos concentrar o nosso esforço para os grandes meios de difusão e que tipo de cidade que queremos vender aos outros e quando esse caminho for tomado, as críticas terão de ser recebidas com armadura de ferro.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Revista a 2017, a figura!

Em ano de eleições autárquicas a escolha seria sempre muito condicionada pelo resultado das mesmas e não ficaram dúvidas que a figura do ano é Benjamim Pereira.

Muitos duvidaram que sairia vencedor, outros achavam que a maioria era impossível, outros ainda acreditavam que este seria o ano de mudança de ciclo laranja no concelho, mas nada disso se provou verdadeiro e o superar desses obstáculos faz com que seja a figura do ano.

Benjamim Pereira sai com maioria reforçada e colocou o seu maior adversário no único lugar de vereador que Benjamim Pereira não conseguiu ganhar nas urnas e será interessante perceber o efeito que esta vitória terá em conjunto com as eleições no PSD na dinâmica da concelhia do partido, dizendo de outra forma, será interessante perceber quem se reaproximará do partido neste inicio do ano 2018 e de que forma o seu mandato poderá ser mais calmo em termos de oposição externa mas mais tumultuoso em termos de movimentações intra-concelhia.

Aquando das eleições disse que Benjamim era como a França de Zidane, uma força tranquila, e esse será o maior feito que lhe poderei conceder: a ausência de quezílias. Depois destas autárquicas ficamos todos a perceber que os candidatos a Esposende não precisam de ser um poço de autoconfiança mas sim de confiança e que as redes sociais têm apenas o poder de um like e isso têm de ser corroborado nas ruas e nas urnas.  

E isso, já é uma grande lição.