segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Os bravos (esposendenses) do pelotão

Pela pena do historiador esposendense Manuel Penteado Neiva surge a mais recente obra sobre a 1.ª Guerra Mundial, intitulada «Soldados com Rosto — A 1.ª Grande Guerra e os seus reflexos em Esposende». 
Manuel Penteado Neiva é um dos mais destacados historiadores que Esposende já teve, sendo responsável por importantes obras sobre a Etnografia, Arqueologia e História locais.
Aliás, ainda no primeiro semestre deste ano, publicou um importante livro sobre os primeiros 40 anos do poder local em Esposende, após o 25 de Abril de 1974, e que recomendo, sugestivamente intitulado "40 Anos do Poder Local em Esposende - Promessas e Picardias".
Com «Soldados com Rosto — A 1.ª Grande Guerra e os seus reflexos em Esposende», o autor descreve o posicionamento de Esposende no conflito, apresentando os combatentes do concelho que integraram o pelotão português que combateu pelos Aliados e as homenagens a eles dedicadas.
Uma obra imprescindível na historiografia militar portuguesa e, em especial, na historiografia local, que enriquece o património cultural de Esposende e, assim saibam os agrupamentos escolares do concelho valorizar, merece ser dada a conhecer junto dos jovens esposendenses, para que saibam que a história do concelho não se resume às antas nem aos castros. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A hora do CDS (ou talvez não)

A vida partidária esposendense dos últimos 15, 20 anos tem sido caracterizada por uma solene tranquilidade.
As lideranças das comissões políticas concelhias de PSD e PS sucedem-se umas às outras, sem oposição nem contestação internas. 
Nas eleições autárquicas, a estabilidade é, igualmente, a marca dominante de PSD e PS. 
O PSD, como poder autárquico no concelho, repetiu o seu candidato à presidência (Alberto Figueiredo e João Cepa), o mesmo se passando com o PS, segunda maior força política local, que apresentou o mesmo candidato em sucessivas eleições (Tito Evangelista e João Nunes).
Como qualquer boa regra tem a sua excepção, também neste caso surge uma força política local a distinguir-se, quanto à sua estabilidade interna, das duas principais forças políticas esposendenses, ainda que não pelas melhores razões. Falo do CDS-PP de Esposende.
O CDS-PP de Esposende que, a par do PSD, foi o único partido a ter conquistado a presidência da Câmara de Esposende, parece viver, de há muitos anos para cá, a sua «belenização»
Para os menos familiarizados, a expressão «belenização», tomada emprestada ao mundo da bola, serve para caracterizar o Belenenses, clube respeitado do nosso campeonato. O Belenenses conquistou há dezenas de anos atrás o título nacional, numa época em que rivalizava com Benfica, Sporting e Porto, sendo um clube com bastantes adeptos. Tal serviu para forjar o epíteto de 4.º grande do futebol português. 
No entanto, os momentos gloriosos vividos em tempos idos não mais se repetiram e o Belenenses perdeu protagonismo no plano competitivo, verificando também uma quebra acentuada no seu número de adeptos. Tudo isso somado permitiu que outros clubes disputassem com o Belenenses a propriedade da marca de 4.º grande do futebol português. Sem títulos e com estádio sempre vazio, muitos adeptos do Belenenses continuam, porém, a viver à sombra das épocas gloriosas, acreditando que o Belenenses ainda é um grande do futebol português.
Com o CDS-PP de Esposende parece viver-se a mesma história. 
O partido foi o maior no concelho, em tempos idos, mas desde Laurentina Torres (a última presidente popular na câmara) que já se passaram demasiados anos para que essa lembrança do CDS-PP como maior força política de Esposende apenas esteja na consciência das gerações mais velhas.
Para as gerações mais novas, o CDS é o eterno 3.º lugar em Esposende. No entanto, muitos militantes do partido ainda não se desligaram totalmente da década de 80 do século passado, quando o CDS era poder autárquico, e tanto na condução interna do partido, como na própria abordagem às campanhas eleitorais, parecem agir sob essa memória.
A progressiva perda de relevância autárquica em Esposende tem sido causa e efeito de uma estratégia errática do CDS na forma de fazer oposição e, sobretudo, na preparação das campanhas eleitorais.
Um partido que muda de candidato, de eleição para eleição, dá um péssimo sinal ao eleitorado quanto à confiança e estabilidade necessárias que se exigem de um partido que se propõe ser governo autárquico.
A instabilidade que se verifica na composição eleitoral do CDS de 4 em 4 anos acaba por ser reflexo da própria instabilidade interna que tem dominado o partido há já vários anos, em que militantes históricos afastaram-se desiludidos pelo rumo que o partido seguiu, e outros militantes dedicaram-se a conspirar contra outros. O CDS perde militantes, perde votos, definha, e há quem pareça não (querer) ver isso...
Para além da instabilidade referida, outro aspecto que tem minado o CDS é a sua permanente incapacidade de conseguir liderar a oposição na câmara e na assembleia municipal.
Decorrido 1 ano desde as últimas eleições autárquicas, o panorama é, francamente, desolador. Não se tem dado pelo CDS na Câmara ("Fazer o que ainda não foi feito" ainda não tomou acção a partir da aparelhagem da vereadora popular), nem tão pouco na Assembleia Municipal. 
Talvez por força dessa percepção generalizada entre militantes e eleitores, ou apesar dela, é que no próximo sábado o CDS-PP de Esposende irá a eleições para a sua comissão política concelhia. Pela primeira vez, em muitos anos, duas listas (protagonizadas por Joaquim Escrivães e João Pedro Lopes, respectivamente) apresentam-se a terreiro para disputar o lugar de líder concelhio do partido.
Estas eleições internas que, à partida, se perspectivavam como uma oportunidade de clarificação interna e de criar um novo élan para o combate político autárquico, arriscam-se, todavia, a ser uma ocasião perdida. Vários sinais apontam para isso.
Desde logo, o facto de a Mesa do Plenário Concelhio não se ter também demitido aquando da demissão da comissão política concelhia, como a mais elementar solidariedade entre órgãos justificaria. A decisão da Mesa em se manter em funções torna-se ainda mais incompreensível quando os seus membros, por imperativo estatutário, terão de ir a eleições no início do próximo ano. Ora, o facto da actual Mesa do Plenário ser afecta a uma das listas concorrentes (Joaquim Escrivães) gera o risco de, em caso de vitória da outra lista concorrente (João Pedro Lopes), se criar um clima de tensão permanente entre os órgãos internos, o que não augura nada de bom.
Por outro lado, o facto de João Pedro Lopes, ao longo dos últimos meses, ter criticado, nas suas intervenções, o desempenho autárquico de Berta Viana e de esta, em resposta, ter desferido um violento ataque às intenções de João Pedro Lopes para o partido, fazem recear o pior perante o cenário em que João Pedro Lopes saia como vencedor do acto eleitoral do próximo sábado e Berta Viana permaneça como vereadora. O CDS arrisca-se a viver numa permanente esquizofrenia, em que a concelhia política propõe e se pronuncia num sentido, enquanto a sua vereadora vota o seu contrário. Será um CDS a dois tempos.
Na ausência de uma terceira via, que congregasse os melhores elementos de cada uma das sensibilidades internas, no próximo sábado os militantes do CDS terão que se pronunciar sobre qual é a equipa e programa político que pretendem para o seu partido nos próximos dois anos.
De um lado, Joaquim Escrivães a liderar uma equipa formada por vários dos últimos candidatos autárquicos do CDS em Esposende. A ausência de intervenção política nos últimos anos e o desconhecimento sobre as propostas que tem para o concelho colocam uma grande interrogação neste candidato. 
Do outro lado, João Pedro Lopes, antigo líder da JP de Esposende, que nos últimos meses tem intervindo de forma bastante activa no panorama político local, e propõe-se posicionar o CDS como um partido de relevo local. A animosidade que parte da ala bertista tem para consigo indicia um possível clima de guerrilha que o esperará em caso de vitória.
Várias interrogações pairam, assim, no ar, ensombrando o futuro político próximo do CDS-PP de Esposende. Se o acto eleitoral será suficiente para a clarificação e estabilidade do partido nos próximos dois anos é a questão do momento para 1 milhão de euros...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O bom pastor

Nos idos de Setembro, do ano de 1996, cumprida que estava a emocionante cerimónia de Profissão de Fé, no meio das saudações entre familiares, catequistas e amigos também acabados de fazer a sua comunhão solene, eis senão quando o meu avô agarra, carinhosamente, pelo meu braço e diz-me: "Vamos ali à Sacristia!".
Aí chegados, na sua introdução característica, "Dá licença, Monsenhor?", o meu avô pergunta ao Monsenhor se não se importaria de assinar uma dedicatória num livrinho azul, que instantes antes tinha sido oferecido a todos quantos acabavam de ter realizado a sua Profissão de Fé. Esse livrinho azul era, muito apropriadamente para aquela cerimónia solene, a Bíblia. A minha primeira Bíblia.
O Monsenhor, generosamente, acedeu ao pedido feito pelo meu avô e, então, imprimiu, pelo seu punho, a dedicatória que ilustra este post, a qual não poderia ser melhor introdução para um livro que, desde essa data, me guia e acompanha.
Enquanto o Monsenhor assinava, recordo-me de o meu avô dizer-me que essa dedicatória conferia maior solenidade ao importante livro que tinha acabado de me ser oferecido, e que seria, seguramente, uma boa maneira de perpetuar um acontecimento marcante na minha vida de cristão.
Este episódio, de que guardo viva memória, tem sido protagonista dos meus pensamentos do dia de hoje. Uma recordação nostálgica que surge, lado a lado, com a tristeza pela notícia do falecimento do Monsenhor. 
Quando, pelos finais, de Setembro, avistei o Monsenhor, certamente num dos seus passeios pela cidade, junto à Igreja (onde melhor poderia ser?), após alguns anos sem nos vermos, estava longe de imaginar que aquele seria o nosso último encontro.
O ar abatido e doente, impressionou-me. Mas, mesmo apesar disso, o Monsenhor não deixou de saudar-me de forma fraterna e amiga. Trocámos umas breves palavras e despedimo-nos. Tinha sido bom rever o Monsenhor, depois de muitos anos. 
Hoje, quando penso nisso, fico contente por, ainda que não o soubesse, me ter conseguido despedir dele e que, esse encontro, tivesse ocorrido, debaixo de um tempo fantástico, de forma muito fraterna.
O Monsenhor foi o "Padre". Da minha terra e das centenas de missas que participei na minha meninice e juventude cristãs. Foi com o Monsenhor que fiz a minha primeira confissão. Foi com o Monsenhor que tive memoráveis aulas de catequese, uma delas havida dentro da própria Igreja. Foi com o Monsenhor que, durante vários anos, fui acólito, participando de forma mais intensa nas Eucaristias. 
É certo que a Fé é um dom de Deus e que o nosso crescimento nela depende, primeiramente, de nós, do nosso acolhimento da Palavra. Mas não há dúvidas que muito do crescimento, da fortaleza nos momentos maus, e da temperança, depende do personal trainer na Fé que nos for confiado. 
Felizmente para mim e milhares de gerações de esposendenses que fomos privilegiados com o Monsenhor. A forma dedicada, empenhada e generosa com que se dedicou a servir a Deus e servir Deus ao próximo, constituiu um exemplo e uma marca na (nossa) vivência da Fé.
O Monsenhor Baptista de Sousa foi um bom pastor e um pastor bom. Deo gratias!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Apulienses e Fangueiros, Amigos para Siempre!*

A forma como a reorganização administrativa do território das freguesias foi encarada por muitos Municípios, revelou-se um flagrante exemplo de como um certo bairrismo saloio pode, por vezes, toldar a racionalidade que deve presidir à boa gestão autárquica.
Penso, por exemplo, em Barcelos, que, no seu orgulho de «maior concelho de Portugal», opôs-se à redução das suas 89 freguesias (!) para 61, sem que conseguisse justificar a pertinência de tão elevado número.
Uma posição rígida que contrastou, totalmente, com a do Município de Lisboa, o qual, muito antes de o Governo ter iniciado o processo de reforma das freguesias, decidiu desencadear o seu próprio processo de reorganização autárquica.
Com as vagas de mobilidade no último século, dentro ou para fora do país, ou até mesmo com a redução drástica dos nascimentos, muitas freguesias acabaram por ficar descaracterizadas na sua composição. O mundo está em constante mudança e as realidades locais também.
A reforma do mapa autárquico era, portanto, um processo que estava escrito nas estrelas e que, mais cedo ou mais tarde, iria colocar-se aos Municípios.
Tal acabou por suceder em 2012, tendo Esposende, quando confrontado com a necessidade de reorganizar as suas freguesias, optado por seguir o exemplo do seu vizinho concelho de Barcelos.
A autarquia de Esposende, na sua totalidade, manifestou-se contra qualquer redução do número de freguesias do concelho (então de 15), sem ter sequer equacionado os eventuais méritos (por exemplo, reforço da competitividade, redução de custos ou maximização dos investimentos) que a agregação de algumas das suas freguesias poderia comportar, sobretudo quando estas apresentavam nítidas disparidades na sua composição.
Basta, a esse título, recordar os dados dos Censos 2011, dos quais decorre que, naquele ano, no Concelho de Esposende, com 34.254 habitantes, 7 das suas então 15 freguesias tinham menos de 1.500 habitantes, por contraponto, por exemplo, com Marinhas, com mais de 6.000 habitantes.
Impunha-se, assim, a questão (que os autarcas esposendenses, infelizmente, não quiseram responder, nem tão pouco debater): deveria o concelho de Esposende, geograficamente pequeno, manter a sua divisão em 15 freguesias quando, por exemplo, uma freguesia, Marinhas, tinha uma população superior às populações de Fonte Boa e Rio Tinto juntas, ou às de Palmeira de Faro e Curvos juntas, ou ainda às de Belinho e Mar juntas – só para citar casos de freguesias que foram agregadas –?
O receio de gerar reacções negativas por parte da ala mais bairrista das freguesias, ou de comprometer o resultado eleitoral das eleições autárquicas que se avizinhavam, determinou, pois, que os autarcas esposendenses se escudassem no conforto do «não à redução de freguesias», ao invés de debaterem, como seria natural, o modelo de concelho para este século.
A reorganização das freguesias em Esposende acabou, assim, por ser feita sem qualquer intervenção por parte dos agentes políticos esposendenses.
Uma das alterações resultantes do novo mapa autárquico de Esposende prendeu-se com a criação da União das Freguesias de Apúlia e de Fão.
Tendo Apúlia maior população do que Fão, esperava-se que o primeiro presidente da nova freguesia fosse o apuliense Emílio Dias. No entanto, o povo acabou por trocar as voltas, e o vencedor da eleição foi mesmo o fangueiro Luís Peixoto, então presidente da junta de freguesia de Fão.
Empossado o primeiro elenco autárquico da União das Freguesias de Apúlia e de Fão, a respectiva Assembleia de Freguesia deliberou no final do ano passado, por maioria, localizar a sede da nova freguesia em Fão.
Tal votação acabou, como seria de esperar, por suscitar o descontentamento por parte de muitos apulienses.
Não concedendo no resultado da votação, um cidadão apresentou mesmo uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, tendo a decisão de localização da sede sido suspensa.
Tal providência foi, agora, em sede de recurso, julgada improcedente pelo Tribunal Central Administrativo do Norte.
Enquanto se vai travando uma batalha jurídica, a expensas dos contribuintes apulienses e fangueiros, a Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Apúlia e Fão acabou por voltar atrás na sua decisão sobre a localização da sede, tendo aprovado nova resolução segundo a qual a sede da junta irá funcionar, de forma alternada, em Fão e Apúlia. Uma medida que visa, certamente, pacificar o processo da localização da sede da União de Freguesias de Apúlia e Fão, mitigando os bairrismos exacerbados.
Este episódio apenas veio reforçar a constatação de que Esposende perdeu, lamentavelmente, uma boa oportunidade para rever, de forma livre, racional e objectiva, a reforma do seu mapa autárquico.
Fica, ao menos, a consolação de que, com a alternância da sede recentemente aprovada, apulienses e fangueiros continuarão Amigos para Siempre!

*Publicado no Jornal Notícias de Esposende, n.º 45/2014, 8 a 14 de Novembro

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O muro de Berlim da Orla Costeira

É com a devida importância que temos visto anunciado o Seminário Internacional da Gestão da Orla Costeira que será realizado no Concelho de Esposende, pena ser numa quinta e sexta-feira o que não permite o alargamento a um leque mais vasto de participantes e da sociedade civil. Pelo que consegui descortinar do programa do Seminário vai ser dado ênfase aos desafios da Orla Costeira em termos de gestão da mesma e isso leva-me a dar a minha opinião como simples habitante de uma cidade que contempla uma orla costeira.
Não sou um ambientalista, não sou um fervoroso adepto das políticas verdes ou um incondicional da sacro santidade da Natureza e da necessidade de a manter num estado puro mas percebo que a Natureza deve ser respeitada. Sou ainda menos adepto da forma como as políticas verdes são introduzidas em Portugal, como o caso da proibição de carros nos centros da cidade sem reforço do sistema público de transportes, em que existe um reajustamento compulsivo e por vezes desligado da realidade e da possibilidade de execução das mesmas.
E a gestão da orla costeira tem sido um exagero nos últimos anos.
Com os parques naturais, áreas de paisagem protegidas, reservas e outras zonas de proteção, foram sendo criadas barreiras artificiais que separam as cidades e as populações das suas zonas verdes.
No caso do concelho de Esposende verificamos que Esposende neste momento se encontra de costas voltadas para o seu rio e para o seu estuário, não sendo possível usufruir do rio Cávado na sua plenitude ou em parte. 
As recentes políticas de contenção fizeram com que seja quase impossível alguém se banhar no Rio Cávado a partir de Esposende, apenas existindo apenas acessos para barcos e motas de água, e não me digam que aquelas escadas junto às Piscinas Municipais e do Circuito de Manutenção são para acesso de pessoas.
Foi como que criado uma cinta de castidade entre Esposende e o seu rio, é como um muro de Berlim entre a cidade e o seu rio, nós conseguimos ver o outro lado mas sabemos que não podemos lá chegar.
E como o Muro de Berlim, ou ainda pior, faltam pontos de contacto da cidade com o rio, tais como praias fluviais ao longo da marginal, passadeiras de acesso que levem diretamente ao rio ou piscinas de marés que permitam criar uma alternativa às praias de Esposende, criando assim um novo tipo de veraneio mais citadino e criar uma maior dinâmica na Marginal. 
Enquanto escrevo isto lembro-me de Sanxenxo ou de Corunha como exemplos de uma boa praia citadina, com a diferença que nestes dois casos falamos de baías, e num tipo de turismo deveras interessante. O meu desconhecimento ao nível das marés e dos solos leva-me a não conseguir imaginar a quantidade de trabalhos necessários para criar praias fluviais, mas se as já desfizemos também as poderemos recuperar.
Mas já que falamos de orlas costeiras e de zonas protegidas, deixo aqui um pequeno aviso à Esposende Ambiente para que sejam mais eficazes na limpeza do lixo que se encontra na zona da Paisagem Protegida, em especial junto às Piscinas Municipais e ao Farol. 
Eu que passo por aquelas zonas durante todo o ano enquanto dou a minha caminhada já me habituo ao lixo que se acumula nestas zonas. Sei que este lixo chega com as marés e não é fácil de limpar expeditamente estas zonas, mas eu já começo a conhecer os pacotes de leite achocolatado Agros e as garrafas Luso que ali ficam a boiar durante semanas e quando chegarmos a Fevereiro/Março o cenário tende a piorar. 
Claro que me podem dizer que agora está limpo, mas todos sabemos que não é assim todo o ano. Se estas zonas devem ser mantidas intactas pelo seu valor ambiental, então que sejam mantidas limpas e pelo que me consegui informar junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, esta é uma das competências da Esposende Ambiente.
Porque ambiente não é só proibir mas sim conservar não é só preservar mas também limpar.