sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Donativo a Monchique

A doação dos 7.380 euros referentes ao espetáculo piromusical que ficou sem efeito no dia do Município, por parte do Município de Esposende, ao Município de Monchique, em gesto de solidariedade, não foi uma escolha feliz.
Primeiro, pelo precedente. No ano passado houve dois incêndios mais trágicos do que o de Monchique - Pedrógão e Viseu/Tondela/Leiria - de que resultaram inúmeras vítimas mortais,  sem que o Município tivesse atribuído qualquer valor monetário aos municípios atingidos. É certo que apoiou a campanha de solidariedade dos esposendenses por Pedrógão, mas foi um apoio completamente distinto deste agora anunciado. 
Segundo, relacionado com o anterior, pela certa discriminação gerada. Por que é que um incêndio inferior aos de Pedrógão ou Viseu/Tondela/Leiria teve direito a um apoio mais robusto por parte do Município? 
Em jeito de resposta ao primeiro e segundo pontos, não vale a pena dizer que a grande diferença residiu no facto de no ano passado o Governo não ter proibido o lançamento de fogo de artifício. Com efeito, nos últimos anos, por força do flagelo causado pelos incêndios, vários Municípios tomaram, por iniciativa própria, a decisão de doar a verba que tinham destinada para os foguetes aos bombeiros locais. Foi caso, a título de exemplo, de Paredes de Coura.
Terceiro, porque amarra o Executivo camarário em caso de situações futuras idênticas. Imagine-se, pois, que para o ano há novo incêndio trágico noutro local do país e o Governo volta a proibir os fogos de artifício. Ficará, nessa altura, difícil ao Município de Esposende não tomar decisão igual, sob pena de criar vítimas de incêndio de primeira e vítimas de segunda.
Melhor teria feito, portanto, o Município em doar os 7.380 euros aos bombeiros locais, de Esposende e Fão. Teria sido a opção mais equilibrada.

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