quinta-feira, 11 de outubro de 2018

"Quem não aparece, esquece"


A expressão é portuguesa, a fonte da imagem é brasileira.

Vem isto a propósito de ... não, não me esqueci! 

Em jeito de divulgação do que se segue... porque creio que o RGPD ainda não entrou em vigor em todo lado... e de entre os inúmeros e-mails que elimino, este ficou. E ficou tão somente para falar de algo importante.

Partilho:
"Ex.mos/as Senhores/as,
No contexto das políticas de reforço da solidariedade e coesão social, a Câmara Municipal de Esposende tem vindo a implementar respostas para os problemas que vão sendo identificados, assegurando a inclusão e a igualdade social através de programas de apoio à infância, à juventude, à terceira idade e aos mais desfavorecidos.
Com este propósito, a Câmara Municipal de Esposende, assente numa lógica de responsabilidade social e de cooperação, aprovou o estabelecimento de mais uma parceria por via da celebração de um protocolo de colaboração com a  Associação Alzheimer Portugal, entidade jurídica que gere o projeto “Café Memória” e com um parceiro da Rede Social de Esposende, nomeadamente o Centro Social da Juventude Unida de Marinhas, constituindo mais um passo importante para a concretização das políticas de coesão social na edificação de um concelho inclusivo, promovendo o bem-estar dos seus cidadãos.
Com este propósito, gostaríamos muito de poder contar com a V/ participação na assinatura do Protocolo de Colaboração, a realizar no próximo dia 16 de março, pelas 17 horas, no Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, cujo convite do Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal segue pelo presente.
Agradecemos a Vossa atenção, apresentando os melhores cumprimentos,

A Vereadora

Alexandra Roeger
(Competência delegada de acordo com o Despacho n.º 04/OUT/2017, de 16 de outubro, e artigo 48.º do CPA)"


(Não, aqui no blog não cobramos para partilhar este tipo de coisas que nos prendem a atenção.)

A causa é nobre! O tema também.

Mas porque é de "esquecimento" que se trata, atrevo-me a partilhar convosco algo que me atormenta - e atormenta é uma expressão leve para qualificar o que sinto:

"Quem se lembra dos que não aparecem"?

Temos por cá, felizmente, um sem número de actividades para ocupar os nossos idosos: actividades desportivas, teatro, coros, passeios a Fátima...

Mas quem se lembra verdadeiramente daqueles que não aparecem? Daqueles que vivem algures refugiados entre o quarto, a cozinha e o quintal? Daquela miséria escondida sobre o manto da ruralidade? 

Sim, porque às vezes pensamos que o "Ti Zé" e a "Tia Maria" que vivem da sua horta e não saem de casa a não ser para ir à missa - quando as forças o permitem - são o retrato de um povo que vive do campo num jeito simples. Mas não raras vezes o "Ti Zé" e a "Tia Maria" são o retrato do abandono a que deitamos aqueles que não aparecem.

Eu bem sei que há feitios! E que nunca conseguiremos trazer todos os nossos seniores para a festa! Mas daí a esquecer os que não vêm à festa vai um grande fosso! 

Ainda por cá há muita miséria entregue ao abandono, por muito que continuemos a fazer ecovias e praias para cães! 

Continuamos sem investir em lares! E bem sabemos que se para velho todos caminhamos para ciclistas já nem tanto e ladrar ainda deve ter menos adeptos.

E não, aqui a culpa não é "do Benjamim"!

A culpa é nossa! De todos nós! 
E se responsabilidade política há, pois aí a escala é a da freguesia! Pois se ninguém conseguirá conhecer todos os problemas de um concelho, os que estão mais perto não têm desculpa! E se não formos capazes de olhar para os que não aparecem estaremos a falhar todos enquanto sociedade. De pouco serve a treta do "porta a porta" de 4 em 4 anos! Ou então façam-se autárquicas todos os anos!

Fica o alerta! Se mo permitem! Pois nos dias que correm e nestas coisas ligadas à internet, reina a indignação em manada e, mais frequente do que o que seria tolerável, o lápis azul! 


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