Uma das promessas do novo executivo camarário era a
construção do parque da cidade nos terrenos a sul da rotunda da Solidal até à
entrada da ponte de Fão.
Relembro também que para este projeto já existia um
projeto aprovado, com um esforço financeiro na casa dos 5 milhões de euros,
entre expropriações e infraestruturas e que este projeto era visto como um
passo importante para a revitalização urbanística daquela zona e pessoalmente
via como uma oportunidade de estender à área de utilizável da cidade na zona
sul.
Pelo que percebemos da última entrevista de Benjamim
Pereira, o parque da cidade passou a ser mais um sonho de uma noite quente de
Verão, que não resistiu mesmo com a promessa de apoios externos para a sua
construção. Mais do que o anulamento desta obra, o que mais achei
estranho foi a rapidez com que vimos o desmantelamento do antigo posto de
abastecimento da Galp e a colocação do cartaz “Vende-se”.
Sim, o cartaz “vende-se”!
Mais uma vez e pelo que tudo indica vamos ter mais uma zona
com licença de construção.
Não sei se o executivo camarário anda atento ou se costuma
percorrer as ruas de Esposende, mas uma pequena volta pelas ruas de Esposende
faz perceber que moradias de férias, principalmente na zona norte da cidade, e
apartamentos é o que mais existe à venda.
Não sei se o executivo camarário anda atento mas hoje em dia
os diretores de agências bancárias de Braga, Barcelos, Guimarães, entre
outras, não andam a conceder créditos com a facilidade de outros tempos, ou seja,
vender casas para 2ª habitação cada vez menos é uma opção.
Não sei se o executivo camarário anda atento mas hoje em dia
com as portagens da A28 e da A11, Esposende já não será o dormitório de quem
trabalhe em Braga ou no Porto, ou seja,
a venda de casas para 1ª habitação também não é opção.
Mas, e sendo sincero, o que mais me choca ( e a palavra é
esta) é como nos dias que correm o executivo vai permitir mais construção, mais
fogos de habitação. Será que é este o caminho que Esposende precisa? É este
ímpeto económico que Esposende precisa? A construção civil precisa de ser
ajudada desta forma? Não me parece.
É difícil de me justificarem que em Esposende o
licenciamento de áreas industriais é difícil, existe falta de espaço para
instalar empresas, de falta de espaço para escritórios, de falta de espaço para
vias públicas, de falta de espaço para as coletividades do concelho, de falta
espaço para espaços desportivos e exista espaço e disponibilidade para mais
loteamentos.
É difícil de me justificarem que ativismo é este que faz com que todo e qualquer pedaço de terreno em Esposende tenha de ser loteado e não possa ser utilizado para o bem comum. Que ativismo é este que faz com que ao lado de qualquer espaço público construído tenha de nascer um prédio de habitação para ser viável? Que atavismo é este?
É difícil de me justificarem que ativismo é este que faz com que todo e qualquer pedaço de terreno em Esposende tenha de ser loteado e não possa ser utilizado para o bem comum. Que ativismo é este que faz com que ao lado de qualquer espaço público construído tenha de nascer um prédio de habitação para ser viável? Que atavismo é este?
Aquela zona não é apenas uma zona verde cheia de mato, é uma
oportunidade para iniciarmos um novo caminho de aproximação entre Esposende,
Gandra e Fão. É uma oportunidade para
tornarmos estas 3 localidades mais próximas,
já que quem passe por aquela zona apercebesse que cada vez mais são as
pessoas que passam entre as localidades não de carro ou autocarro mas a pé,
quer seja na sua caminhada, corrida ou no caminho para o trabalho. É uma oportunidade para fazer florescer ali novos negócios e estender a zona comercial/industrial de Esposende ainda mais.
Aquela zona poderia ser uma zona de lazer, já que se encontra encostada à zona de maior
densidade populacional em Esposende e como quem aqui mora sabe, os espaços verdes
é algo que rareia, como os parques infantis ou mesmo qualquer espaço de
utilização pública.Uma ciclovia, uma via pedonal, uma continuação da marginal
naquela zona não seria nada de extraordinário e expandiria a cidade para novas
fronteiras.
Esposende
não precisa de mais “vende-se” nas suas ruas!
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