O concelho de
Esposende vive uma situação geográfica ingrata.
Pertencendo ao distrito de Braga, e vivendo
afastado do seu centro, vive encurralado entre os distritos do Porto e Viana do Castelo, o que não lhe permite
aceder a nenhuma das vantagens de ser vizinho destes.
A notícia da criação da Universidade do Norte,
composta pela Universidade do Minho, Porto e Trás-os-Montes deve colocar os
responsáveis pela área da educação do nosso concelho de aviso e atentos a novas
oportunidades.
Inicialmente, a
Universidade do Norte apenas serve para as 3 universidades ganharem peso em
concursos a fundos públicos e em concursos de projetos de nível internacional,
mas numa 2ª fase pode-se pensar numa
unificação de cursos, candidaturas dos alunos, ou seja, numa fusão mais
alargada sendo que cada uma das instalações das universidades existentes
funcionariam como “pólos” da nova universidade.
Num concelho que
ainda não conseguiu atrair nenhuma escola superior, pólo, centro de estudos ou delegação das instituições de ensino superior dos seus concelhos vizinhos, a
Universidade do Norte deve ser uma forte
aposta das nossas instituições locais, através do melhoramento de relações com o
Instituto Politécnico do Cávado e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Se com esta nova
instituição não conseguirmos atrair para o nosso concelho este tipo de
atividades, não sei como o faremos..
Claro que não sou
ingénuo ao ponto de pensar que esta nova instituição nasce limpa e pura. Nasce
com bases e vícios daquelas que lhe deram origem e que nos têm atirado para um exílio académico, mas também sei que estará mais
pressionada para dar visibilidade às regiões que lhe dão origem e que nós
pertencemos ao Minho, por muito que isso algumas vezes seja visto como um facto
peculiar, e isso será um trunfo e um argumento que poderá ser utilizado.
Sabemos que nos
últimos anos a presença do Instituto do Cávado e de Viana do Castelo no nosso
concelho apenas se resume a umas campanhas publicitárias de distribuição de
panfletos no verão e isso parece-me francamente pouco e por mais que me queiram
explicar não consigo perceber por que é que continuamos a viver fora do mapa do
ensino superior quando todos os nossos vizinhos já fazem parte dele.
Olhando para os casos de Braga, Viana do Castelo e Barcelos
verificamos que a chegada de estudantes fez com que as cidades se dinamizassem,
se alterassem e que ganhassem vida nas alturas mortas do calendário.
Melhor caso do que todos estes é o caso de Bragança
e do seu instituto politécnico, que no ano lectivo corrente conta com cerca de
1200 estudantes estrangeiros, 400 dos quais a morar em Bragança, uma verdadeira
legião estrangeira que trouxe ainda mais vida a Bragança.
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