Assinalou-se, ontem, o primeiro ano da tomada de posse de Benjamim Pereira como presidente da Câmara Municipal de Esposende.
365 dias depois, o «Largo dos Peixinhos» faz o balanço do primeiro ano de mandato do atual executivo camarário, incluindo a apreciação sobre os vereadores que compõem a denominada «oposição».
Benjamim Pereira (13 valores)
(Presidente, com os pelouros do Desenvolvimento Económico, Administração e Finanças, Juntas de Freguesia, Ordenamento do Território, Obras Municipais e Ambiente)
(Presidente, com os pelouros do Desenvolvimento Económico, Administração e Finanças, Juntas de Freguesia, Ordenamento do Território, Obras Municipais e Ambiente)
Francisco Melo: Ganhar o futuro.
Assim se apresentou Benjamim Pereira aos esposendenses. Depois de um longo
ciclo à frente dos destinos camarários protagonizado por João Cepa, em que
grandes obras estruturais foram realizadas, a Benjamim Pereira apresentava-se o
desafio (difícil é certo) de instaurar um novo ciclo na política que se faz em
Esposende, mais virado para a economia e o emprego. No entanto, os primeiros 12
meses pouco indiciaram sobre esse «futuro» que se pretende para Esposende.
Vimos, antes, a inauguração de outros equipamentos, o anúncio de
requalificações, na linha do que marcou o anterior executivo camarário, mas
quanto a uma agenda sobre emprego, oportunidades de negócio ou parcerias (para
quando o aproveitamento da rede de contactos da nossa forte comunidade
emigrante?), pouco se viu, o que levanta algumas reservas sobre a real
capacidade de Benjamim Pereira em deixar uma «marca» noutra área que não seja a
das infraestruturas (ou não fosse arquitecto e engenheiro).
Nota:
14 valores.
João Felgueiras: Benjamim Pereira
apresentou-se aos Esposendenses com a ideia de “ganhar o Futuro”, um futuro
secundado pela perspectiva da alavancagem económica do nosso concelho,
modernizando o seu tecido empresarial, criando emprego, apontando baterias
aquilo que se poderia chamar de “empreendedorismo camarário”. Neste primeiro
ano, pouco se viu nesta área, uma área difícil de se atingir num plano de crise
macroeconómica. Aguardo com expectativa que o trabalho de bastidores esteja a
ser feito, e bem feito, por isso o benefício da dúvida. Noutros contextos,
pouco mexeu e costuma dizer-se: é melhor não mexer que fazer pior. Parte do seu
primeiro ano como edil serviu para se tentar distanciar do seu antecessor, mas
“vivendo” sempre com “medo” da sua sombra. Esperamos pelas suas grandes “obras”
e pelo seu plano “empreendedor”; se o conseguir todos sairão a ganhar.
Nota: pelo
benefício da dúvida do primeiro ano, 13 valores.
João Paulo Torres: Demasiado preocupado
em assinalar as diferenças para com o seu antecessor, tem pautado o discurso
por um tom de “faço melhor e mais depressa” algo inadmissível de alguém que já
estava dentro da casa, com os meios à disposição. O discurso do “Dia do
Município” ficará registado como se de um discurso de “líder da oposição que
chegou ao poder” se tratasse. Fico ainda na dúvida de perceber se a celeridade
se deve à conclusão de processos que vinham em curso do anterior mandato ou se
temos mesmo em mãos um super-autarca.
Em
12 meses assisti a um homem mais preocupado em afirmar-se como político do que
como autarca. Cedo no entanto ao critério de razoabilidade do “benefício da
dúvida”:
Nota: 12 valores.
Manuel Pereira: “Quem não têm cão,
caça com gato”, já diz o velho ditado. Em anos de contenção orçamental é
difícil avançar com novos projectos, com novas ideias, com novas realidades e
isso faz-se sentir de uma forma muito forte neste mandato. A utilização dos
dinheiros públicos para fazer obras em Esposende será a ordem do dia e isso
ficou bem claro nos discursos do Dia do Município. Nos próximos anos exige-se
mais na parte da captação de investimento,empregos, de interesses e
interessados para Esposende, para que a economia e o emprego sejam
verdadeiramente prioridades. Não estragou o que herdou e agora exige-se mais
audácia na sua gestão.
Vive ainda em conflitos com o passado e a
sombra do seu antecessor, provocando sempre leituras duplas quando Benjamim
fala de João Cepa, algo que o descredibiliza de uma forma muito
disfarçada.
Nota: 13 valores.
Maranhão Peixoto (14,5 valores)
(Vice-Presidente, com os pelouros da Gestão Urbanística, Iluminação Pública, Mobilidade, Protecção Civil e Segurança e Florestas)
(Vice-Presidente, com os pelouros da Gestão Urbanística, Iluminação Pública, Mobilidade, Protecção Civil e Segurança e Florestas)
Francisco Melo: É o número 2 da
câmara. Ganhou destaque mediático nos problemas que envolveram a orla costeira
esposendense. Tem cumprido nas tarefas todo-o-terreno que lhe são acometidas.
Nota:
16 valores.
João Felgueiras: O Vice-Presidente que
se mostra presente, que esteve na linha da frente quando Esposende sofreu um
dos momentos mais problemáticos em tempos de intempérie e que sem grande
alarido articulou os trabalhos entre as entidades competentes. Parece-me pessoa
que põe as “mãos na massa”.
Nota: 15 valores.
João Paulo Torres: Um “low-profile”! O mesmo
registo humano de sempre, empenhado em “cumprir a missão”. Nada mais se exige,
pelo menos por agora.
Nota: 14 valores.
Manuel Pereira: Apareceu
aquando dos problemas da orla costeira, tendo cumprido com a exigência do
momento. Nos restantes pelouros não temos
notado no terreno a sua acção. Pode fazer um bom trabalho na iluminação pública
e nas florestas, trabalho esse que tem garantias de longevidade no terreno.
Nota:
13 valores
Rui Pereira (17 valores)
(vereador do Desporto, Juventude, Turismo e Transportes)
Francisco Melo: Ruipereirarizar. Um
verbo que se foi formando através do sem número de iniciativas (e muitas com
valor acrescentado) que o jovem vereador da juventude, turismo e desporto veio
realizando. Rui Pereira não deixou o seu pelouro em piloto automático e tem
surpreendido pela energia com que vai dinamizando as suas áreas. É já uma
confirmação como um bom valor autárquico e o seu exemplo de dinamismo deveria,
aliás, fazer escola para alguns dos seus colegas de vereação. Não sei se estará
condenado a outros voos na política esposendense, ou mesmo distrital, mas
Esposende está bem servido com este vereador que promete não ficar por aqui.
Nota:
18 valores.
João Felgueiras: O mais destacado do
executivo, pelo seu dinamismo, pela abnegação e pela visibilidade que o pelouro
lhe dá. Teve uma das maiores fatias do orçamento camarário e tem-na investido
em iniciativas de alcance turístico e desportivo que são necessárias para o
nosso concelho, os resultados nestas áreas, principalmente no desporto têm
surgido. Se assim se mantiver é uma pessoa que poderá almejar outros “voos”.
Nota: 17 valores.
João Paulo Torres: O vereador que mais
se expõe. Presente activamente na “rede social”, mobiliza, responde, sujeita-se
à crítica e acima de tudo anda na rua. Num registo que vem crescendo ao longo
dos anos é o oposto do “chefe de fila” - o que menos parece preocupá-lo é a
política-partidária. Sempre receptivo à sugestão e a explicar as opções. Mesmo
sabendo que serei injusto, um “Nota 16” apenas porque acredito que ainda tem
muito mais para dar na fasquia.
Nota:
16 valores.
Manuel Pereira: O elemento com mais
visibilidade de todo o elenco. Com os seus eventos de Verão e as suas corridas
de atletismo (e outras), Rui Pereira consegue não só animar Esposende mas como
trazer pessoas a Esposende e acima de tudo, descobrir Esposende. Penso que haja
espaço, quer em termos de disponibilidade financeira das associações
participantes quer em termos de aderência do público, para que o calendário de
eventos aumente e se diversifique. É essa evolução que considero lógica para
2015. A partir dai, Rui Pereira terá de se tornar mais empresário e mais
construtor e avançar para a requalificação das infraestruturas e locais
turísticos em Esposende.
Nota: 17 valores.
Nota: 17 valores.
Jaquelina Areias (11,5 valores)
(vereadora da Educação e Cultura)
(vereadora da Educação e Cultura)
Francisco Melo: Vereadora da educação
e cultura. 5 anos depois e Esposende continua sem ter um ciclo literário que
trouxesse até nós alguns vultos da língua portuguesa, ou de cinema que desse a
conhecer algumas obras da sétima arte que marcam a história. Eventos que concelhos
de dimensão similar a Esposende têm. Com geminações com França e Cabo-Verde e
nunca houve um ciclo de música cabo-verdiana em Esposende, ou levou-se a banda
dos bombeiros até França ou Cabo-Verde. Sendo a cultura uma pasta a que,
infelizmente, se destina um reduzido orçamento, os titulares dessa pasta têm de
puxar pela cabecinha e tentar gerar iniciativas que animem a terra para além do
Verão.
Nota:
12 valores.
João Felgueiras: Muito pode ser feito
no âmbito da cultura e educação no Concelho de Esposende, falta dinamizar a
rede de museus, criar ciclos de tertúlias ou espaços café-concerto, dinamizar
mais iniciativas como o ciclo de teatro e aumentar a oferta neste campo,
cultivar uma cultura de associativismo. Claro que num pelouro que tanto ataque tem
sofrido do poder central criam-se alguns entraves a algumas iniciativas, mas
sendo o “parente pobre” deve-se aguçar o engenho.
Nota: 11 valores.
João Paulo Torres: O “Crato” local. Com
muita pena minha, o primeiro ano do novo mandato para a vereadora da educação
ficará marcado pela trapalhada na reorganização do mapa escolar.
Assumidademente indignado com a forma “à político” como foi conduzido o
processo de Marinhas - Escola de Cepães/Jardim de Infância de Igreja, mais
preocupado com a imagem política do que com as crianças, só posso registar o
chumbo na época de Setembro.
Nota:
8 valores.
Manuel Pereira: Não
é fácil ser-se vereadora de duas áreas que são o parente-pobre do Governo da
República. Se no caso da educação é
necessário maior dinamismo nas instituições de suporte à atividade escolar, e dar
maior visibilidade a estas, também é verdade que os diretores das escolas são
os senhores das instituições que dirigem e isso cria alguns entraves à sua
atuação de quase todos os vereadores desta área. Na secção de cultura as
atividades não foram muitas mas com alguns ciclos de cinema, teatro, música a
ter boa adesão. Penso que este tipo de mini-ciclos devem ter continuidade, já
que o público esposendense está sedento de atividades e temos de ter noção da
quantidade de público que pode ser atingido e dimensionar as atividades a esta
realidade. A revitalização em termos de publicidade aos museus é imperativa.
Nota:
13 valores
Raquel Vale (11,5 valores)
(vereadora da Coesão Social, Saúde Pública, Mercados e Feiras, Comércio e Indústria, Agricultura e Pescas e Qualidade e Modernização Administrativa)
Francisco Melo: Todos os executivos
têm o seu elemento apagado. Deveria conviver mais com Rui Pereira.
Nota:
11 valores.
João Felgueiras: Pouca visibilidade do
trabalho efetuado; trabalho efetuado em parcerias com associações concelhias o
que é de louvar; deve potenciar ação social na área educativa sendo que poderia
articular mais trabalho com a vereadora Jaqueline.
Nota: 12 valores.
João Paulo Torres: Com ligeiros
aparecimentos na acção social, creio que enverga em demasia a discrição que
alguns dos assuntos que tutela exigem. Em todo o caso acredito que não lhe
ficaria mal um pouco mais de agenda, um pouco mais de causas junto da
comunidade.
Nota:
12 valores.
Manuel Pereira: Num
concelho de pescadores, num concelho com algumas empresas agro-alimentares, num
concelho que fará aposta na atração de empresas e emprego é estranho que quem
detenha estes pelouros não tenha maior visibilidade. Necessita de aparecer
mais, necessita de mostrar mais ideias e mais dinamismo. Esta menor
visibilidade será consequência de uma colaboração próxima com Benjamim Pereira
Nota: 10 valores
Nota: 10 valores
João Nunes (15 valores)
(vereador PS)
Francisco Melo: João Nunes nunca irá
ganhar a presidência da câmara de Esposende. Ele sabe disso, o PS de Esposende
sabe disso também. Sucede, porém, que o PS de Esposende tem (de há largos anos
para cá) uma grande dificuldade em lançar novos rostos no seu combate
autárquico. À falta de outras soluções, trava-se a guerra com as armas que se
têm. Ora, nesse particular, João Nunes tem sido um autarca dedicado e
competente, enveredando por uma oposição interventiva e, no que é sempre
saudável, sem maledicência. Comparado com os 4 anos em que esteve na vereação
presidida por João Cepa, este ano, já com Benjamim Pereira a presidente,
revelou-se o melhor dos 5 no plano da actuação de João Nunes.
Nota:
16 valores.
João Felgueiras: Coerente na sua forma
de fazer oposição, tem-se mostrado o vereador mais preparado nas discussões dos
temas em carteira e que procede a uma oposição mais efetiva, colocando o
interesse dos Esposendenses sempre em primeiro plano, tem sido cooperante quando
o tem de ser e tem sido divergente quando deve.
Nota: 15 valores.
João Paulo Torres: Não sei se o Sr. João
Nunes alguma vez foi político, se o foi desconheço - e em boa verdade, não sei
se isto lhe terá sido desfavorável de todo. Reconheço no entanto que no último
ano se tem revelado aprendiz da arte. Ou que tenha mudado de manual, ou que
tenha mudado de professor, a verdade é que o João Nunes do último ano parece
finalmente ter aprendido umas coisas, sem que isso no entanto o torne uma
oposição forte ou digna do nome. Creio que se resume ao importante papel: é o
único que tem vontade dentro do PS. O único que aceita lutar mesmo quando a
batalha está de antemão sistematicamente perdida. Para os dias em que “cheirar
a vitória” estou certo que não faltarão “Antónios Costas”.
Nota: vai-se notando!
Nota: vai-se notando!
Manuel Pereira: João
Nunes será o eterno 2.º classificado das autárquicas. Tal como havia acontecido
com Tito Evangelista, a estranha estratégia do PS-Esposende faz com os seus
líderes tenham a sua imagem detriorada com sucessivas derrotas e uma
inexistência mediática quando na oposição. João Nunes na oposição, e como
vereador, surge macio e algo complacente com os poderes instalados, quando
deveria ser ele o primeiro a criticar o trabalho de Benjamim Pereira e o
primeiro com novas ideias para o concelho. Aconselho o estudo do caso de
Ricardo Rio na Câmara de Braga, para perceber a postura que se deve ter num
verdadeiro projecto para ganhar a câmara em vários anos na oposição.
Nota:
13 valores.
Berta Viana (11 valores)
(vereadora CDS)
Francisco Melo: Sigo o sábio conselho
de George Eliot: "Bendito seja o homem que, não tendo nada para dizer, se
abstém de o demonstrar através das suas palavras.".
Nota:
11 valores.
João Felgueiras: O CDS-PP Esposende
tem seguido os passos do CDS-PP nacional, colando-se ao poder ao invés de fazer
oposição. Quase perdia o seu vereador nas últimas eleições um dos partidos que
em tempos já foi poder em Esposende; ainda não “Fez o que ainda não foi feito”,
mas a ver vamos como será o futuro…
Nota:
10 valores.
João Paulo Torres: O CDS-PP Esposende,
com ligeira ressalva dos tempos do Dr. Areia de Carvalho, mantem-se fiel a si
mesmo: o elo mais fraco. Sem rumo, sem posição, sem oposição. Neste
cenário difícil se torna atribuir uma nota. Seria como avaliar um aluno que não
foi a exame. Atribuir um “zero” seria demasiado pesado, admitindo que ainda
estará em tempo para justificar a falta.
Nota:
Nem se nota.
Manuel Pereira: Berta
Viana foi 3ª o ano passado e parece que não querer encurtar a distância para o
PSD e Benjamim Pereira e tomar o 2º lugar de João Nunes que está ali mesmo ao
virar da esquina. Mais uma vez, aconselho o estudo do caso de Ricardo Rio para
perceber como estar na oposição autárquica durante vários anos. Berta Viana
quase passa despercebida na vida mediática, parecendo não querer capitalizar em
si e no CDS-PP o sentimento de descontentamento do eleitorado esposendense.
Nota: 11 valores.
Nota: 11 valores.
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