terça-feira, 21 de abril de 2015

Conferências e cravos

Uma pessoa percebe que um evento foi mal aproveitado quando só se apercebe do evento depois de ele ter ocorrido e esse foi o caso da passagem de Augusto Santos Silva por Esposende.

Augusto Santos Silva esteve em Esposende a convite do PS Esposende para encerrar as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril e foi uma passagem quase incógnita.

Sei que Augusto Santos Silva não faz parte dos notáveis do PS  e é uma figura de 2ª linha na política nacional. Foi o homem que disse que gostava de “malhar na direita”, mas sendo um dos poucos comentadores que conta com um espaço próprio de opinião (para mim não existem análises imparciais em política) no horário nobre da TVI24, faz-me confusão que a sua passagem não fosse mais aproveitada.
Surpreende que o PS local não tenha feito maior publicidade a este evento e aproveitado para demonstrar uma maior vitalidade da sua base de apoio, voltando a cair no seu erro genético, o desperdiçar da máquina socialista. 

Esta tinha sido uma boa altura para ganhar algum tempo de antena e preparar o terreno para as legislativas e abrindo algumas perspetivas no quadro autárquico.  O PS Esposende continua numa toada algo conformista, tendo boas ideias mas parecendo que têm algum medo em demonstrar uma irreverência, um inconformismo com a situação atual, uma vontade de mudança. 

Não é sendo o bom aluno que a mudança política se vai dar em Esposende e o PS Esposende gosta de ser o bom aluno e penso que o PS Esposende demonstra um dos piores defeitos de uma boa parte do PS nacional, dar à direita o poder de definir quem é  “responsável” e “credível” na esquerda portuguesa.
Sei que me vão dizer que o objetivo era discutir o 25 de Abril e fazer a comparação entre onde estávamos e onde hoje nos encontramos, mas esse seria um enfoque demasiado ingénuo.
Surpreende ainda mais o facto dos meios-de-comunicação do concelho não aproveitarem, à excepção da Esposende Serviços que transmitiu a conferência,  a sua presença para umas entrevistas rápidas, para destoar das habituais entrevistas às figuras do poder local.
O peso político necessário para se ser entrevistado pelos meios de comunicação esposendenses deve ser altamente elevado…

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