Uma pessoa percebe
que um evento foi mal aproveitado quando só se apercebe do evento depois de ele
ter ocorrido e esse foi o caso da passagem de Augusto Santos Silva por
Esposende.
Augusto Santos Silva
esteve em Esposende a convite do PS Esposende para encerrar as comemorações dos
40 anos do 25 de Abril e foi uma passagem quase incógnita.
Sei que Augusto Santos Silva não faz parte dos notáveis do
PS e é uma figura de 2ª linha na
política nacional. Foi o homem que disse que gostava de “malhar na direita”, mas sendo um dos poucos comentadores que conta
com um espaço próprio de opinião (para mim não existem análises imparciais em
política) no horário nobre da TVI24, faz-me confusão que a sua passagem não
fosse mais aproveitada.
Surpreende que o PS
local não tenha feito maior publicidade a este evento e aproveitado para
demonstrar uma maior vitalidade da sua base de apoio, voltando a cair no seu
erro genético, o desperdiçar da máquina socialista.
Esta tinha sido uma boa
altura para ganhar algum tempo de antena e preparar o terreno para as legislativas
e abrindo algumas perspetivas no quadro autárquico. O PS Esposende continua numa toada algo
conformista, tendo boas ideias mas parecendo que têm algum medo em demonstrar
uma irreverência, um inconformismo com a situação atual, uma vontade de
mudança.
Não é sendo o bom aluno que a mudança política se vai dar em Esposende
e o PS Esposende gosta de ser o bom aluno e penso que o PS Esposende demonstra
um dos piores defeitos de uma boa parte do PS nacional, dar à direita o poder
de definir quem é “responsável” e “credível”
na esquerda portuguesa.
Sei que me vão dizer
que o objetivo era discutir o 25 de Abril e fazer a comparação entre onde
estávamos e onde hoje nos encontramos, mas esse seria um enfoque demasiado
ingénuo.
Surpreende ainda mais
o facto dos meios-de-comunicação do concelho não aproveitarem, à excepção da Esposende
Serviços que transmitiu a conferência, a
sua presença para umas entrevistas rápidas, para destoar das habituais
entrevistas às figuras do poder local.
O peso político necessário para se ser
entrevistado pelos meios de comunicação esposendenses deve ser altamente
elevado…
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