sábado, 27 de junho de 2015

João Cepa, sonhos de verão.

João Cepa volta a ter mais uma rastejante aproximação ao poder autárquico, desta vez tendo como palco o jornal “Notícias de Esposende”.
Voltamos a ter um João Cepa a tomar o papel de senador do concelho de Esposende, um papel de júri da actual Câmara Municipal, falando como se o actual executivo municipal tivesse de demonstrar a João Cepa que merece lá estar, falando de uma forma proprietária sobre os destinos da câmara e das vertentes que ela toma.
Não vou aqui analisar o discurso da poupança e dos famosos 2 milhões de euros que ele deixou na Câmara e da forma espantada com que ele abordou o facto de o actual executivo ter aumentado as poupanças através do esforço dos cidadãos de Esposende. Pergunto-me quem é que João Cepa pensa que proporcionou os 2 milhões do seu executivo.

João Cepa deixa a porta entreaberta para uma candidatura sua às próximas eleições, se houver a vaga de fundo popular a pedir a sua candidatura para retirar Benjamim Pereira da Câmara.
Mas a culpa não é apenas de João Cepa, mas também de quem lhe dá o palco e a oportunidade de se exprimir desta forma, ou seja, o “Notícias de Esposende”.
Não vamos ser ingénuos, uma entrevista altamente agressiva seria rejeitada por João Cepa à cabeça e o tom teria sempre de ser pacífico, mas mesmo assim achei que esta entrevista é demasiadamente feita à medida do entrevistado e foca-se  no passado que lhe interessa e tem como assunto o alvo que ele pretende. Mas teria sido interessante falar de outras coisas.
Teria sido interessante perguntar por que é que nunca cumpriu a sua promessa de “não andar por ai” e desde 2013 que não se calou com as críticas.
Teria sido interessante perguntar a João Cepa como corre a sua atividade profissional das suas empresas que criou desde que abandonou a câmara municipal.
Teria sido interessante perguntar se ser um pré-candidato a autarca não é incompatível com a sua posição de director/gestor no “Esposende Acontece”.
Teria sido interessante perguntar o que atualmente acha do corrente executivo camarário, já que o havia criticado no passado pela inércia, e quantos deles ele manteria na sua função se fosse novamente presidente da câmara.
Mas existe uma questão ainda mais interessante que todas as outras referidas que poderia ter sido perguntada.
O mais interessante que poderia ter sido perguntado a João Cepa é como é que ele, segundo as palavras do próprio no seu blogue, sendo um político que não aceita críticas de quem “nunca plantou uma árvore” se quer candidatar a presidente da câmara, um lugar de escrutínio constante feito maioritariamente por pessoas que nunca plantaram uma árvore. Como é que alguém que não aceita críticas sequer coloca a hipótese de ocupar um lugar de eleição?
Até os animais políticos necessitam de alguma coluna vertebral.

Sem comentários:

Enviar um comentário