quinta-feira, 16 de julho de 2015

Não foi suficiente

Na mesma semana em que anunciou as contratações dos trintões Iker Casillas e Maxi Pereira, o FC Porto viu despedirem-se dos seus quadros, a título definitivo, os jovens centro-campistas Frédéric Maciel e Tozé, ambos oriundos do concelho de Esposende, e sobre quem vaticina-se um futuro auspicioso dentro das 4 linhas.
Para além do grande relevo que ambos tiveram na equipa B do FC Porto, e do número assinalável de golos marcados na 2ª Liga, as prestações de Frédéric e Tozé, ou o futuro auspicioso apontado pela imprensa especializada a cada um deles, não foram suficientes para que o clube azul e branco integrasse estes atletas no seu projecto desportivo de médio prazo.
No caso de Tozé, o empréstimo de 1 ano ao Estoril na 1ª Liga, de pouco serviu para que merecesse a confiança do treinador Lopetegui para fazer, pelo menos, a pré-época. No caso de Frédéric, salta directamente da 2ª Liga para o futebol estrangeiro.
Para os esposendenses que gostam de acompanhar o desporto-rei e, de modo especial, os seus conterrâneos, o anúncio oficial das saídas de Tozé e Frédéric não deixa de causa uma certa desilusão e desconforto. Afinal de contas, tratam-se de dois dos mais relevantes jogadores da formação do FC Porto dos últimos anos.
Pessoalmente, temi sempre por este desfecho. O FC Porto está longe de ser um clube que aposta nos jovens jogadores da sua formação. Muitos escrevem que no FC Porto os resultados têm de ser para hoje e não para amanhã, o que exige no imediato jogadores já feitos e não projectos de jogadores. 
Acresce, a isso, o facto de nas últimas edições da Liga o FC Porto iniciar a partida com o máximo de 2, 3 jogadores portugueses no seu 11. O último ano foi paradigmático pois houve um jogo em que o FC Porto entrou em campo sem qualquer português no 11.
Frédéric e Tozé são mais duas vítimas, a engrossar o rol, de jovens jogadores que fizeram tudo direito no seu percurso de formação desportiva no FC Porto e que saíram sem terem tido uma oportunidade de jeito para mostrarem o seu valor na equipa principal. Atrevo-me a dizer que no caso destes jovens conterrâneos, a sua maldição é a de não terem um nome acabado em "ez" ou "ic".  
Largos são os anos que Frédéric e Tozé têm pela frente no futebol. Como já aconteceu num passado recente, podem muito bem vir a ser os próximos casos de jovens jogadores formados no FC Porto, que saíram pela falta de oportunidades na equipa principal, singraram noutro clube e, mais tarde, viriam a ser contratados pelo FC Porto. 
Para memória futura de muitos paizinhos esposendenses, ficam estes exemplos mais chegados à nossa comunidade, para servirem de aviso de como, às vezes, mais vale deixar e continuar a apoiar a permanência do filho num clube com menos nome mas que trata bem os seus jovens, do que incentivar a mudança para um clube de maior nomeada, mas sem fama e proveito de apostar nos seus jovens. 

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