sábado, 14 de novembro de 2015

João Pedro Lopes, a direita e a matemática


A direita esposendense, tal como a direita nacional, viu o tabuleiro do xadrez político ser alterado e de uma forma agressiva.

A direita em Esposende vale cerca de 70% em eleições autárquicas e é com esta percentagem que todos os candidatos desta área têm de fazer contas. Dificilmente vai existir uma migração de votos entre esquerda e direita se não houver caras novas quer de um lado, quer do outro. 

Com a candidatura de João Pedro Lopes temos mais um candidato que vai repartir esta percentagem à direita, sendo eu da opinião que o seu passado no CDS vai pesar no momento do voto. 

Fazendo a previsão de termos o anúncio de João Cepa como candidato independente às próximas autárquicas, serão 4 os candidatos à direita em Esposende: Benjamim Pereira, João Cepa, João Pedro Lopes e o candidato do CDS.

E é aqui que a matemática entra em jogo.

Tendo em conta que teria de ocorrer uma catástrofe para um candidato do PSD ficar abaixo dos 30% isso liberta cerca de 40% dos votos para os restantes candidatos. 

Sabendo que o CDS concorrendo com candidatura própria vale sempre 7%, temos cerca de 33% para os 2 independentes.

E aqui é que a matemática fica complicada.

João Pedro Lopes irá buscar algum eleitorado ao CDS e aos descontentes do PSD, o que lhe vai permitir chegar rapidamente aos 4 ou 5%, ficando os restantes 28 ou 29% para João Cepa.

João Pedro Lopes terá de apostar no efeito Bloco de Esquerda, deixar que Benjamim Pereira e João Cepa se gladiem e se denigram na praça pública, e avançar com ideias claras e acima das lutas pessoais e dos conflitos palacianos que irão aparecer e assim aproveitar quem vive descontente com o atual executivo mas não quer o regresso de João Cepa.

Quanto a Benjamim Pereira e João Cepa, prevejo uma luta que se vai resolver em 2 tabuleiros diferentes: coligação com CDS e juntas de freguesia.

Quem dos 2 conseguir uma coligação com o CDS terá as portas escancaradas para a vitória já que não prevejo migração do eleitorado do PS para Benjamim Pereira e muito menos para João Cepa e do eleitorado do PCP muito menos.

Outro tabuleiro onde esta vitória vai ser resolvida é nas listas das juntas de freguesia.

Quem conseguir garantir o maior apoio das juntas de freguesia e dos seus presidentes terá uma vantagem considerável e quase inultrapassável, já que poucos são os casos em que quem ganhou a câmara não ganhou a junta de freguesia ao longo dos últimos anos.

Um dos momentos decisivos das eleições será a elaboração das listas candidatas às juntas de freguesia já que será a primeira avaliação do ambiente político.

A mudança do PSD para uma lista independente não é tão fácil como parece, já que se apenas 2 ou 3 freguesias mudarem de lista fará com que os seus presidentes fiquem isolados quer na sua força junto da Câmara Municipal, quer junto do partido.

Os novos presidentes da junta de freguesia que apareceram em 2013, tal como o presidente da câmara, ainda não dispõem do peso político e de um carisma que os torne apetecíveis ao ponto de lhes tolerar esse comportamento e muitos não conseguem sobreviver fora do partido.

A irrelevância política do PSD- Esposende provocada por João Cepa e Benjamim Pereira nos últimos anos,  faz com que a sua distrital não vá ser complacente com quem saiu e queira voltar para as suas fileiras, nem que deva estar disposta a ter grandes dores de cabeças na escolha do candidato. No ambiente autárquico só me lembro de Avelino Ferreira Torres que tendo sido eleito pelo CDS saiu para concorrer como independente e voltou novamente ao CDS e com os resultados conhecidos.

Esposende serve como mais uma câmara para poder fazer número quando forem apurados os resultados das autárquicas e apenas isso.

Resumindo, este é a oportunidade para o PS-Esposende!

Uma fragmentação dos votos da direita pode significar uma excelente oportunidade para uma aproximação ao principal candidato.

Não tenho nada contra João Nunes, o único vereador de verdadeira oposição em Esposende, mas o PS - Esposende necessitava de uma cara nova e que começasse em campanha imediatamente para aproveitar a dispersão de votos que irá ocorrer e com uma aliança ao PCP tornaria ainda mais real a possibilidade de liderarem a Câmara, já que poderão facilmente chegar aos 30% de votação e isso vai levar ficar próximo principal candidato.

A ver vamos...

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