terça-feira, 22 de julho de 2014

A ida aos bombeiros de Benjamim Pereira

Foi dos momentos mais marcantes da minha meninice, e que ainda hoje recordo com muito carinho. O dia em que fui fazer uma visita de estudo ao quartel dos bombeiros voluntários de Esposende. 
Como acontecia a qualquer criança, os camiões dos bombeiros, os capacetes, a torre da sirene, tudo à sua volta causava-me espanto e admiração. 
Recentemente, os Bombeiros Voluntários de Esposende fizeram um dia aberto à comunidade, dedicado à recolha de fundos para as suas atividades, onde disponibilizavam uma visita guiada às suas instalações para quem quisesse. Como não poderia deixar de ser, aproveitei a ocasião para voltar a percorrer os quatro cantos de uma casa onde se dá, generosamente, uma vida por vida, com o mesmo deslumbre dos meus idos 8, 9 anos de idade. 
Os Bombeiros Voluntários de Esposende e de Fão são património material e imaterial da nossa comunidade, e todo o apoio que lhes é dado nunca é demais.
Foi, por isso, com gosto que li que a Câmara Municipal procedeu, na passa sexta-feira, à entrega de equipamentos de proteção individual. No caso concreto, a entrega decorreu nas instalações de cada uma das corporações de Bombeiros.
Quando foi anunciado o acontecimento, gerou-se alguma polémica (nas redes sociais) pelo facto de a cerimónia não merecer maior solenidade por parte de Benjamim Pereira, à semelhança, por exemplo, do que fez o seu homólogo da Câmara de Barcelos que procedeu à entrega desses equipamentos às suas corporações nos Paços do Concelho.
Gostos não se discutem e, pessoalmente, parece-me que esteve acertada a Câmara de Esposende ao ter procedido à entrega dos equipamentos na "casa" dos Bombeiros, isto é, nos respectivos quartéis.
Não se trata de dar menos importância ao impacto que aqueles equipamentos vão revestir para os Bombeiros, bem pelo contrário. A entrega dos equipamentos nas próprias corporações assume grande solenidade, revestindo um cariz de proximidade entre Autarquia e comunidade, que importa cuidar bem dado o serviço público relevante prestado pelos nossos bombeiros.
Não acompanhando as críticas à suposta menor solenidade dada pela Câmara de Esposende, entendo, por outro lado, que o gabinete de imprensa da Câmara de Esposende não necessitava de acusar o toque, como decorre da notícia informativa sobre o tema, onde se introduziu a peça com «Num ato desprovido de qualquer formalismo» para, mais adiante, se referir «o Presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Esposende, Agostinho Teixeira, destacou a simplicidade do ato». É que, dessa forma, acaba por se desvalorizar um ato que, conforme acima referi, assume especial significado. Se fosse simples, bastaria então ter ido apenas o vereador da Protecção Civil, não tendo Benjamim Pereira que se dar ao trabalho. 
Um comentário final para notar a estranheza de, ainda na notícia informativa da Câmara, não virem mencionados os presidentes das Juntas de freguesia da União de Esposende, Marinhas e Gandra e de Apúlia e Fão. Precisamente por entender que o ato teve importante simbolismo, a alusão àquelas entidades só reforçaria esse significado. 

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