terça-feira, 29 de julho de 2014

Bibliotecas de praia

Um dos maiores prazeres que tenho no Verão é parar pela biblioteca de praia, pelo final da manhã ou da tarde, e colocar a leitura dos jornais em dia, ou progredir umas quantas páginas mais do livro que estou a ler nas férias.
É das melhores coisas que o nosso concelho oferece nesta altura do ano.
Estranhamente, porém, as bibliotecas de praia continuam envoltas numa rigidez que não as favorece e que tarda em ser corrigida. Refiro-me, designadamente, ao seu período de duração e horário.
Relativamente ao período de duração, as bibliotecas de praia estão a funcionar até 31 de Agosto. Ora, é certo e sabido que para muitos portugueses as suas férias só começam em Setembro, muitos jovens só regressam às aulas na 2.ª ou 3.ª semanas de Setembro, e quem passa pelas praias de Ofir, Cepães ou Suave Mar sabe como estas estão cheias de veraneantes durante o mês de Setembro. 
Por isso, justifica-se, plenamente, que as bibliotecas de praia durem, pelo menos, até ao final da 1.ª quinzena de Setembro.
No que respeita ao horário, o fecho das bibliotecas de praia às 18 horas é pouco consentâneo com o regresso de muitos veraneantes da praia que se faz, precisamente, por essa altura do dia, e que certamente gostariam de passar os olhos por um jornal ou revista, tranquilamente, no conforto da biblioteca de praia.
Assim, justifica-se que as bibliotecas de praia fechem, apenas, às 19h.
Sendo a biblioteca de praia um projeto totalmente suportado pela Câmara Municipal de Esposende, admito que o alargamento do horário, bem como do período de duração, não sejam compagináveis com o orçamento que, anualmente, é destinado ao projeto.
Ora, é precisamente neste tipo de iniciativas, atenta a sua utilidade pública, que se justifica que a Câmara tente encontrar parceiros, junto da sociedade civil, que apoiem o projeto, tornando-o mais apropriado aos interesses da comunidade.
Alguns estabelecimentos comerciais fazem campanha intensa pela altura do Verão e a sua associação às bibliotecas de praia afigurar-se-ia, seguramente, como um bom veículo de promoção dos seus eventos. As bibliotecas poderiam, por exemplo, ser postos de vendas de bilhetes de festas nesses estabelecimentos.
Mas outras modalidades de angariação de fundos poderiam ser, também, equacionadas: é o caso, por exemplo, de uma caixa de donativos em cada uma das bibliotecas.
O que faz falta é puxar a imaginação e tentar vislumbrar formas de prolongar as bibliotecas de praia pelo tempo e horário adequados à disponibilidade das pessoas que frequentam as praia do concelho. Volvidos estes anos todos desde que foram criadas, as bibliotecas de praia são hoje uma realidade incontornável do nosso Verão e se podem prestar melhor serviço público, então devem fazê-lo. 

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