Antes de mais, digo que tudo o que vou escrever aqui nada
tem de persecutório da família em causa e nada tem de crítico acerca da gestão
dos espaços.Apenas me interessa a utilização do espaço e do que fazer com
ele.
O Hotel Nélia apresenta-se como um dos casos mais flagrantes
de um mau uso das valências turísticas esposendenses. Se juntarmos ao Hotel Nélia o Hotel do Pinhal do Ofir e a
Pousada da Juventude de Fão, é fácil perceber que, para a nossa dimensão, são
demasiados espaços devolutos e em posição priviligiada, e uma Pousada que
parece que não existe nos roteiros de férias.
Um hotel devoluto no centro de uma cidade como Esposende é
privar a cidade de um pólo de atração de pessoas, turistas, conferências,
reuniões, fins-de-semana de empresa, já que quem se lembra bem do Hotel Nélia a
funcionar lembra-se da quantidade de grupos e de pessoas que ali afluíam e que
hoje se perderam e já não voltam.
Este hotel seria um pilar importante para criar em Esposende as condições para um turismo de Primavera/Outono, fora das alturas de Verão onde o nosso clima não permite ser uma mais-valia perante outros destinos.
Com esta orientação, seria possível criar uma dinâmica de grupos de turistas do norte da Europa e Europa central que geralmente nos visitam nessas alturas, e estes ficam mais do que uma semana, e vêm dispostos a gastar dinheiro nos restaurantes, lojas, rent-a-car e esse mercado seria o mais apetecível e o mais próximo de ser satisfeito atentas as nossas capacidades turísticas.
Este hotel seria um pilar importante para criar em Esposende as condições para um turismo de Primavera/Outono, fora das alturas de Verão onde o nosso clima não permite ser uma mais-valia perante outros destinos.
Com esta orientação, seria possível criar uma dinâmica de grupos de turistas do norte da Europa e Europa central que geralmente nos visitam nessas alturas, e estes ficam mais do que uma semana, e vêm dispostos a gastar dinheiro nos restaurantes, lojas, rent-a-car e esse mercado seria o mais apetecível e o mais próximo de ser satisfeito atentas as nossas capacidades turísticas.
Mesmo que não fosse possível de abrir um hotel a plena
capacidade, já me daria por satisfeito se o café fosse reativado. Falta a
Esposende um local de tertúlia, um local onde seja agradável estar, conversar,
beber um copo e onde a decoração do interior não nos atire para o minimalismo, paredes
de cores creme e cadeiras em materiais sintéticos de formas estranhas e música
aos berros. Algo do género pub inglês ou taberna espanhola, que seja agradável
no Verão e acolhedor no Inverno. Não me digam que um café com varanda sobre a “Rua direita” não faria sucesso.
Sei que me dirão que o Hotel encontra-se em mãos de
privados, e que seria necessário
investimento quer na aquisição, quer na recuperação. Mas para que temos empresas
públicas criadas a partir da Câmara Municipal senão para estes casos? De que nos interessa ter empresas com contas
limpas se não existir investimento? Este é um dos investimentos que seria
altamente justificável, nem que seja via expropriação, nem que seja via
angariação de investidores para ele, para o retirar do estado em que se
encontra.
Para quem anda neste mundo sabe que para o ano teremos o
Rally de Portugal de volta ao Norte de Portugal. Seria importante tentar
aproveitar a mais do que provável enchente de pessoas para ver a prova, vindas
de Portugal e Espanha, e a presença das diversas equipas que precisam de
alojamento. Como? Associando-se desde já à prova. Sei que o preço para ter a
passagem da prova é elevado mas ser parceiro oficial requer menor esforço mas
ainda substancial, mas não me venham já dizer que não podemos retirar proveito
deste evento. Já chega não termos conseguido retirar proveito do Euro 2004,
alguém se lembra?
Para quem anda neste mundo da hotelaria, e mesmo para mim
que não anda, sabe que existe um
projecto de abrir um hotel em Viana do Castelo com foco no mercado chinês e
russo. O que nos falta para acolher este espaço? O que nos falta para nos podermos dedicar a nichos de mercado?
Olhando para as movimentações da disponibilidade de vôos das
companhias de baixo-custo tenho a convicção que o aeroporto do Porto perderá
passageiros com a abertura da base RyanAir em Lisboa e da ampliação do Terminal
2 de Lisboa que já levou para Lisboa alguns dos vôos que estavam no Porto. Este conjunto de alterações leva a que o
turismo de “fim-de-semana” sofra uma
baixa e se veja o turismo de média duração a subir e uma idade média também
mais elevada. Claro que isto é algo que o Porto e a região Norte terá de
contrariar, mas isso daria para outro artigo.
Um bom exemplo é o centro de atividades Kook Proof (que
irei falar mais em detalhe neste blog) que desde que abriu já recebeu a visita
de dezenas de turistas e quase todos dos países nórdicos e anglo-saxónicos e
que chegam cá dispostos a gastar dinheiro no comércio local mas que não se
importam de preservar a natureza.
Esposende deve apostar na classe e na elegância, porque elas
nunca saem de moda.
Caro Manuel Pereira. Li o seu já "antigo" artigo com muito interesse pois além de me interessar pelas dinâmicas das cidades e locais, sou consultor imobiliário com alguns contactos internacionais e um deles mostrou interesse no Hotel Nélia. Esposende é uma cidade que começo a conhecer melhor agora e gosto muito. Gostava de trocar algumas impressões consigo se não se importa-se. Eu posso ligar-lhe se quiser. O meu nome é Mário Rodrigues da SAFTI Portugal, Tel: 966 005 088, e-mail: mario.rodrigues@safti.pt.
ResponderEliminarOs meus melhores cumprimentos.