terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Fogo amigo no PS Esposende

Aproximando-se o termo do período de discussão pública da proposta de revisão do PDM (26 de novembro), PS e PCP emitiram, respetivamente, um comunicado contendo a posição de cada partido sobre o tema.
No caso do comunicado do PS Esposende, algumas das críticas ousaram mesmo, como diz a expressão popular, chamar os bois pelos nomes:
"Outro exemplo, na Proposta identificada como «R12», é claro que nós entendemos que a razão da desafectação não é para beneficiar a família de Alberto Figueiredo, desafectando da RAN a respectiva quinta; o certo é que não é explicado o porquê e a razão dessa desafectação, e não de outras próximas."
"O local identificado como «PU16», também em Forjães, por que razão vai ser desafectada aquela área de terreno e, a ser, porquê aquela, que razões substantivas existem para que seja esta e não outra? Estamos certos de que não é por ser, alegadamente, propriedade do pai do Senhor Presidente da Câmara e de um familiar do eng. Couto dos Santos."
O mote estava lançado e, como seria de esperar, o PSD Esposende não tardou muito em rebater as acusações ínsitas no comunicado do PS Esposende. Na última Assembleia Municipal de Esposende, ocorrida na passada sexta-feira, Penteado Neiva, líder da bancada laranja, criticou veementemente as insinuações feitas pelo PS Esposende, no que revelava uma baixa forma de fazer política.
Quando Benjamim Pereira se preparava para, também ele próprio, desmontar as acusações contidas no comunicado do PS Esposende, eis senão quando João Nunes, vereador socialista, pediu para usar da palavra.
Numa curta e direta intervenção, João Nunes disse que nem o vereador do PS Esposende, nem tão pouco o grupo socialista na Assembleia Municipal, se reviam no comunicado divulgado pelo partido, pois aquela não era a sua forma de fazer política.
Foi um momento politicamente significativo, que, de forma elevada, colocou termo a uma polémica que ameaçava dominar a agenda de uma assembleia cujo ponto principal era a votação do Orçamento camarário para 2015. 
Benjamim Pereira, registando as palavras de João Nunes, agradeceu o facto de o PS, nas pessoas do seu vereador e deputados municipais, se ter distanciado de um comunicado que não contribuía para a elevação do combate político-partidário. Com esse agradecimento, Benjamim Pereira deu, também, por encerrada a discussão.
No final da história, fica então um comunicado, escrito pelo punho do presidente da comissão política concelhia do PS Esposende, Laurentino Regado, do qual não se reviram os principais intervenientes políticos do partido em Esposende (vereador e deputados municipais). Um fogo amigo, em que um comunicado do PS Esposende que pretendia abrir brechas no PSD Esposende acabou por atingir o próprio PS Esposende.
Fica a dúvida, para os tempos mais próximos, sobre se serão retiradas algumas consequências políticas deste fogo amigo, nomeadamente, se Laurentino Regado colocará o lugar de presidente da comissão política concelhia à disposição, quando o vereador e deputados municipais do partido que lidera se desmarcaram de forma pública e aberta do teor do comunicado que escreveu, ou se, alternativamente, será o próprio João Nunes a tomar alguma iniciativa depois da declaração que fez na Assembleia Municipal. Acresce, ainda, uma terceira possibilidade: não acontecer nada. O que, para a política partidária que usualmente se faz em Portugal, também não surpreenderia...

Sem comentários:

Enviar um comentário