sábado, 3 de maio de 2014

Esposende "Vende-se" !

Uma das promessas do novo executivo camarário era a construção do parque da cidade nos terrenos a sul da rotunda da Solidal até à entrada da ponte de Fão.
Relembro também que para este projeto já existia um projeto aprovado, com um esforço financeiro na casa dos 5 milhões de euros, entre expropriações e infraestruturas e que este projeto era visto como um passo importante para a revitalização urbanística daquela zona e pessoalmente via como uma oportunidade de estender à área de utilizável da cidade na zona sul.
Pelo que percebemos da última entrevista de Benjamim Pereira, o parque da cidade passou a ser mais um sonho de uma noite quente de Verão, que não resistiu mesmo com a promessa de apoios externos para a sua construção. Mais do que o anulamento desta obra, o que mais achei estranho foi a rapidez com que vimos o desmantelamento do antigo posto de abastecimento da Galp e a colocação do cartaz “Vende-se”.
Sim, o cartaz “vende-se”!
Mais uma vez e pelo que tudo indica vamos ter mais uma zona com licença de construção.
Não sei se o executivo camarário anda atento ou se costuma percorrer as ruas de Esposende, mas uma pequena volta pelas ruas de Esposende faz perceber que moradias de férias, principalmente na zona norte da cidade, e apartamentos é o que mais existe à venda.
Não sei se o executivo camarário anda atento mas hoje em dia os diretores de agências bancárias de Braga, Barcelos, Guimarães, entre outras, não andam a conceder créditos com a facilidade de outros tempos, ou seja, vender casas para 2ª habitação cada vez menos é uma opção.
Não sei se o executivo camarário anda atento mas hoje em dia com as portagens da A28 e da A11, Esposende já não será o dormitório de quem trabalhe em Braga ou no Porto,  ou seja, a venda de casas para 1ª habitação também não é opção.
Mas, e sendo sincero, o que mais me choca ( e a palavra é esta) é como nos dias que correm o executivo vai permitir mais construção, mais fogos de habitação. Será que é este o caminho que Esposende precisa? É este ímpeto económico que Esposende precisa? A construção civil precisa de ser ajudada desta forma? Não me parece.
É difícil de me justificarem que em Esposende o licenciamento de áreas industriais é difícil, existe falta de espaço para instalar empresas, de falta de espaço para escritórios, de falta de espaço para vias públicas, de falta de espaço para as coletividades do concelho, de falta espaço para espaços desportivos e exista espaço e disponibilidade para mais loteamentos.

É difícil de me justificarem que ativismo é este que faz com que todo e qualquer pedaço de terreno em Esposende tenha de ser loteado e não possa ser utilizado para o bem comum. Que ativismo é este que faz com que ao lado de qualquer espaço público construído tenha de nascer um prédio de habitação para ser viável? Que atavismo é este?

Aquela zona não é apenas uma zona verde cheia de mato, é uma oportunidade para iniciarmos um novo caminho de aproximação entre Esposende, Gandra e Fão.  É uma oportunidade para tornarmos estas 3 localidades mais próximas,  já que quem passe por aquela zona apercebesse que cada vez mais são as pessoas que passam entre as localidades não de carro ou autocarro mas a pé, quer seja na sua caminhada, corrida ou no caminho para o trabalho.  É uma oportunidade para fazer florescer ali novos negócios e estender a zona comercial/industrial de  Esposende ainda mais.
Aquela zona poderia ser uma zona de lazer,  já que se encontra encostada à zona de maior densidade populacional em Esposende e como quem aqui mora sabe, os espaços verdes é algo que rareia, como os parques infantis ou mesmo qualquer espaço de utilização pública.Uma ciclovia, uma via pedonal, uma continuação da marginal naquela zona não seria nada de extraordinário e expandiria a cidade para novas fronteiras.
Esposende não precisa de mais “vende-se” nas suas ruas!

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