quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Nas ruas de ninguém!

É o que me apetece dizer quando percorro as ruas de Esposende pelos dias de hoje já que com a chuva e o mau tempo, o panorama de grande parte das ruas é francamente desolador.

O número de casas abandonadas, ou ao abandono, que existem perto do centro é simplesmente irreal para uma cidade que apenas tem 3500 habitantes no Inverno e que viu crescer novos prédios de apartamentos na sua periferia. Se a viabilidade financeira dos primeiros prédios de habitação nos anos 90 estava assegurada, os mais recentes, nos últimos 10 anos, para mim configuram um claro caso de um desmesurado otimismo.

Não percebo que política de desenvolvimento urbano deixa ao abandono as ruas junto ao Museu Municipal e permite a construção de prédios junto à Estalagem Zende.

Já nem falo do que se passa na zona junto à praia, onde tenho a sensação de, quando passo a correr, ser o único ser-vivo num raio de 200 metros e que se gritar por ajuda ninguém me acode, porque simplesmente ninguém lá vive no Inverno.

Alguns dirão que o problema está nos proprietários, problemas de partilhas, pelo preço que se pedia pelos imóveis, ou até mesmo uma questão estética, mas faz sentido investir milhões na zona ribeira e deixar ao abandono a zona interior? Faz sentido permitir a construção de prédios e não promover a reconstrução dos imóveis do centro, ou mesmo impor uma obra de reconstrução aos empreiteiros que queiram construir novos empreendimentos fora da cidade? Faz sentido num raio de 200 mts, 40% das casas serem autênticos jardins botânicos selvagens?

Uma cidade como Esposende não pode ter problemas de desertificação nem problemas de abandono populacional da sua cidade, não tem nem dimensão nem a população para ter esse problema.



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