domingo, 9 de fevereiro de 2014

Torres de "Temporal"

Estes dias, temos assistido na comunicação social a uma "onda" de notícias sobre as Torres de Ofir e sobre a ameaça que o mar está a causar sobre as mesmas.
Tem vindo a ser normal, ao longo dos últimos anos, a erosão da zona costeira, nomeadamente, na zona norte de Portugal. Apesar da ameaça constante do desaparecimento das praias, da erosão costeira, do aparecimento de rochas e do infindável número de "godos", a preocupação tem sido as praias do centro-sul do pais, mais nomeadamente a praia da Costa da Caparica, a praia dos "Senhores" de Lisboa. Esquece-se, como sempre que Portugal tem muita costa e não é confinada a zona centro-sul.

Nos últimos dias descobriram as Torres de Ofir, que estavam esquecidas desde o governo Sócrates com o tema da demolição das mesmas. As Torres de Ofir, construídas em meados de 70, constituíam o progresso do Concelho de Esposende, feitas à imagem do complexo Torralta, em Tróia, as Torres de Ofir tornaram-se, quer se queira quer não, num símbolo. 
As autoridades e meios de comunicação têm centrado o seu foco nas Torres de Ofir, mas esquecem-se por exemplo, de um complexo bem mais importante para o turismo e progresso concelhio e que estará, também ele, ameaçado pelo avanço do mar. Falo claro está do Hotel Ofir...

Os graves problemas de urbanismo, com a permissão da construção sobre as zonas dunares, estão agora a mostrar-se desastrosos. Agora toda a gente tem de correr atrás do prejuízo, evitando estragos materiais, evitando a todo o custo danos materiais, danos naturais entre outros. 
Neste momento, nas Torres de Ofir vivem menos de 15 famílias, sendo que a sua desurbanizacao é evidente. Li nos jornais que um T3 naquelas torres valem cerca de 230mil euros; imaginem o valor das indemnizações necessárias para a demolição, imaginem o valor de indemnização das seguradoras em caso de maior avanço do mar. Claro está, que esses problemas transitam para os serviços Camarários que são chamados ao local para contenção de problemas de maior.

É curioso que nestes primeiros meses de mandato, o Executivo Camarário se tenha visto a braços com vários problemas climatéricos. Espero que olhem para estes problemas de forma preventiva e não reactiva.

Continuamos a não pensar de forma estruturada a erosão da costa, continuamos a não pensar no problemas de assoreamento da barra, continuamos, isso sim, a correr atrás dos prejuízos, como é apanágio do "típico Português". Não precisamos de mais estudos, estes estão feitos, precisamos de bom senso e de boa vontade de todas as autoridades, tanto Camarárias, Distritais e Nacionais, só desta forma conseguiremos conter esta problemática; só assim, conseguiremos assegurar as nossas jóias turísticas, as nossas praias, o nosso mar e o nosso rio. 

Sem comentários:

Enviar um comentário