Se Esposende é um pequeno ninho de particularidades e casos
únicos e neste capítulo continuamos na mesma senda.
Num concelho de 30.000 pessoas qual a razão lógica para
existirem dois hospitais que distam cerca de 3 km? Penso que nenhuma.
Não me considero um especialista na área da saúde, nem um mediano
conhecedor do mercado, coloco-me na posição de utilizador e consumidor final
dos seus serviços. Falo aqui também dos serviços médicos clássicos e não me
foco nos serviços de geriatria que estas instituições oferecem. Não compreendo a existência de duas unidades hospitalares
tão próximas no concelho de Esposende
quando na prática temos uma sobreposição de serviços de ambas e em
ambos os casos temos uma derivação para os cuidados gereátricos e de
fisioterapia, o que nos leva à situação peculiar de que todas as urgências de
Esposende sejam levadas para Barcelos e depois para o Hospital São João do
Porto.
Claro que me irão dizer que o facto de os hospitais estarem
sobre a égide das Casas da Misericórdia de Esposende e Fão é o principal factor para esta situação, e que estes dois aparentemente beneficiam mais em estar separados do que juntos,
mas isso é pura aparência.
Olhando para a nossa realidade e para a realidade dos nossos
concelhos vizinhos vemos que existe uma boa hipótese de cativar clientes nesses
mesmos concelhos com Barcelos a ver-se
com um hospital equipado mas lotado, a Póvoa do Varzim tem um hospital quase
inexistente e a omni-presente Clipóvoa que com os seus acordos torna-se muito
apetecível para as pessoas abrangidas pela ADSE mas quase incomportáveis para o cidadão comum, e os preços dos médicos
particulares nestes concelhos tornam a sua acessibilidade restrita. Esta
situação leva, e falo com base nos casos que me são conhecidos, a que haja uma
considerável quantidade de pessoas que procurem Esposende para fazer os seus
tratamentos de saúde e é este grupo que também merecia alguma atenção por parte
das instituições que gerem.
Não obstante a qualidade dos profissionais, a união das
instalações será uma grande mais valia para oferecer mais do que hoje é
oferecido. Seria mandatório ter instalações
novas, que não ficassem incrustadas no centro das populações, e teriam de ser mais centrais, não deixando ao
abandono as instalações actuais, podendo estas serem redireccionadas para os
serviços de apoio social e aumentar as
valências de creches e de apoio à 3ª idade.
Claro que me podem dizer que esta situação é utópica, mas
recordando o exemplo da Lactogal temos aí o exemplo mais perfeito do que a união
em cooperativa de esforços de antigos concorrentes faz em termos de
prosperidade e independência, mas mantendo a identidade dos seus constituintes
ao nível das operações no terreno para não perder proximidade e garantir o
contacto com os seus fornecedores.
E essa é a política que as Casas da Misericórdia de Esposende e de Fão devem seguir já que neste momento a sustentabilidade destas duas infraestruturas é a prazo.
E essa é a política que as Casas da Misericórdia de Esposende e de Fão devem seguir já que neste momento a sustentabilidade destas duas infraestruturas é a prazo.
E era com este fito que se deveria iniciar, ou caminhar, para este fim, para termos mais uma infraestrutura fortalecida no concelho de Esposende.
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