quinta-feira, 24 de abril de 2014

Visita de médico!

Se Esposende é um pequeno ninho de particularidades e casos únicos e neste capítulo continuamos na mesma senda.
Num concelho de 30.000 pessoas qual a razão lógica para existirem dois hospitais que distam cerca de 3 km? Penso que nenhuma.

Não me considero um especialista na área da saúde, nem um mediano conhecedor do mercado, coloco-me na posição de utilizador e consumidor final dos seus serviços. Falo aqui também dos serviços médicos clássicos e não me foco nos serviços de geriatria que estas instituições oferecem. Não compreendo a existência de duas unidades hospitalares tão próximas no concelho de Esposende  quando na prática temos uma sobreposição de serviços de ambas e em ambos os casos temos uma derivação para os cuidados gereátricos e de fisioterapia, o que nos leva à situação peculiar de que todas as urgências de Esposende sejam levadas para Barcelos e depois para o Hospital São João do Porto.
Claro que me irão dizer que o facto de os hospitais estarem sobre a égide das Casas da Misericórdia de Esposende e Fão é o principal factor para esta situação, e que estes dois aparentemente beneficiam mais em estar separados do que juntos, mas isso é pura aparência.
Olhando para a nossa realidade e para a realidade dos nossos concelhos vizinhos vemos que existe uma boa hipótese de cativar clientes nesses mesmos concelhos com  Barcelos a ver-se com um hospital equipado mas lotado, a Póvoa do Varzim tem um hospital quase inexistente e a omni-presente Clipóvoa que com os seus acordos torna-se muito apetecível para as pessoas abrangidas pela ADSE mas quase incomportáveis para o cidadão comum, e os preços dos médicos particulares nestes concelhos tornam a sua acessibilidade restrita. Esta situação leva, e falo com base nos casos que me são conhecidos, a que haja uma considerável quantidade de pessoas que procurem Esposende para fazer os seus tratamentos de saúde e é este grupo que também merecia alguma atenção por parte das instituições que gerem.  
Não obstante a qualidade dos profissionais, a união das instalações será uma grande mais valia para oferecer mais do que hoje é oferecido.  Seria mandatório ter instalações novas, que não ficassem incrustadas no centro das populações, e teriam de ser mais centrais, não deixando ao abandono as instalações actuais, podendo estas serem redireccionadas para os serviços de  apoio social e aumentar as valências de creches e de apoio à 3ª idade.  
Claro que me podem dizer que esta situação é utópica, mas recordando o exemplo da Lactogal temos aí o exemplo mais perfeito do que a união em cooperativa de esforços de antigos concorrentes faz em termos de prosperidade e independência, mas mantendo a identidade dos seus constituintes ao nível das operações no terreno para não perder proximidade e garantir o contacto com os seus fornecedores.

E essa é a política que as Casas da Misericórdia de Esposende e de Fão devem seguir já que neste momento a sustentabilidade destas duas infraestruturas é a prazo.

E era com este fito que se deveria iniciar, ou caminhar, para este fim, para termos mais uma infraestrutura fortalecida no concelho de Esposende.

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