domingo, 29 de junho de 2014

Antas e Forjães, o bloco nórdico!

  Desde sempre ouvimos nos diversos meios de comunicação social de Esposende as queixas (por vezes fundadas) dos representantes do poder local das freguesias a sul do rio Cávado a falarem da falta de investimento nas suas freguesias, mas hoje em dia considero que as freguesias que mais se podem queixar são as freguesias de Antas e Forjães, o verdadeiro bloco nórdico esposendense.
Começando por Forjães, as suas fronteiras com os concelhos de Barcelos e Viana do Castelo fazem com que seja uma plataforma de rotação natural com esses mesmos concelhos, quer a nível industrial quer a nível de serviços, podendo servir como uma mini-referência nas freguesias próximas como aglomeradora de indústrias.
 Se acham que isto parece algo demencial, reparem o que foi feito na zona industrial de São Romão do Neiva.  Foi instalada uma das maiores (senão a única) fábrica de armamento do centro e norte de Portugal, uma das maiores metalomecânicas do norte de Portugal, e uma pequena companhia de vedantes especiais japonesa, que transformou São Romão do Neiva na freguesia com mais emigrantes japoneses em Portugal  e onde está centralizada grande parte das representações da comunidade japonesa do norte de Portugal e Galiza (em alguns casos é de Portugal Continental), e a fábrica de resinas que já pertenceu à Eni (Agip), empresa italiana que comprou parte da Galp, e que fez das matrículas italianas uma normalidade naquela zona.  Dito assim até parece que é fácil, mas não é. Sei também que isto é possível devido ao facto de este ser um concelho de uma capital de distrito mas é esta dinâmica que temos de aproveitar em nosso proveito, e temos de perceber como alimentar estas empresas em termos de serviços e essa  proximidade é muito benéfica. Estando Forjães apetrechada de serviços que permitem manter uma população residente fixada, seria desejável que isto fosse colocado num plano de atração de pessoas.
 No bloco nórdico está também a menina dos meus olhos: São Paio de Antas, o gigante adormecido.
 Antas tem tudo para ser a capital do turismo do concelho de Esposende, já que é a única que consegue ter rio, mar, monte e campo.
 O rio Neiva continua a ser um parente muito pobre do rio Cávado e que pouca visibilidade tem nas atividades desportivas e recreativas no concelho de Esposende, tendo este condições naturais muito mais favoráveis para criar infra-estruturas de lazer e convívio nas suas margens, que se encontram desabitadas, de fácil acesso e uma proximidade com o rio que o rio Cávado não permite.  Sei que as praias não são as mais favoráveis para serem exploradas e que constantemente elas se tornam quase impraticáveis.  Os montes e campos que existem tornavam muito viável a existência de hotéis e turismo de habitação de capacidade média para que este destino pudesse ser vendido como um destino de fuga de fim-de-semana, ou mesmo de aventura se fossem criados trilhos para caminhadas. Podemos também pensar em fins-de-semana de caça.
 Quase despercebida é a zona industrial do Neiva, que se tornou uma zona industrial de uma forma quase autodidática e que serve quer para consumo concelhio e consumo do concelho vizinho. Esta zona mereceria ser fundida com a zona industrial de Forjães para criar um pólo industrial a norte do concelho. Seria fácil? Não, mas ter estes recursos espalhados é deitar esforço pela janela fora. O facto de ter um nó da A28 e de surgir antes de um pórtico surge como uma mais valia para atrair pessoas que aumentem a massa crítica de pessoas nesta freguesia. 
 Em termos de infraestruturas e de associações, Antas conta com instituições que em poucas freguesias vemos, tal como a Banda de Música de Antas que é a única no concelho e que traz muitos jovens de outros concelhos para Antas, o clube de caça e a Associação do Rio Neiva, algo que falta em Esposende.  Estas associações mereceriam mais consideração e mais apoio por parte do poder local porque são este tipo de associações que criam identidade, que criam um gosto, que fixam pessoas.
 Com isto não quero dizer que não veja potencial em mais freguesias, mas estas parecem-me os casos mais berrantes do nosso concelho.

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