O Pe. Miguel, assim o conheci, foi o orientador da edição 2013 do
centro de preparação para o matrimónio (CPM), na qual participei.
Confesso adepto fervoroso do Braga, foi na cidade dos arcebispos
que se deparou com um grafitti num mural e que lhe despertou imediata atenção:
«Sorriste-me, agora atura-me.»
Disse que aquela frase não poderia ser melhor apropriada para o CPM
que aí vinha.
No final de cada sessão, em que o Pe. Miguel refletia sobre o tema
que tinha sido debatido, surgia, invariavelmente, aquele que, muito
apropriadamente, se pode dizer que foi o lema desse CPM: «Sorriste-me, agora
atura-me.». Que nunca deixássemos de ter isso presente, avisava graciosamente o
Pe. Miguel.
Foi uma agradável surpresa ter conhecido e privado com o jovem
pároco de Apúlia e Rio Tinto. Embora não fosse seu paroquiano, ficou uma
impressão muito, muito positiva.
Voltei a ver o Pe. Miguel no ano seguinte, na celebração
eucarística da peregrinação anual do arciprestado de Esposende, no santuário de
Nossa Senhora da Guia, situado no alto do monte em Belinho. Na sua “casa”,
fiquei agora a saber.
A notícia do falecimento do Pe. Miguel, pelas circunstâncias
trágicas em que tal ocorreu, e pela vida jovem que foi, subitamente,
interrompida, constituiu um choque enorme em toda a comunidade, onde me incluo.
Através dos relatos que vão sendo partilhados por amigos e crentes, reforço a impressão
que já tinha sido gerada nas sessões do CPM: o Pe. Miguel era um pároco muito
promissor, daqueles que muitas vezes dizemos fazerem falta à Igreja para renovarem
a dinâmica da comunidade e, assim, trazerem de novo gente ao encontro com
Cristo.
Nestes últimos dias têm surgido, com muita frequência, as
lembranças daquelas noites geladas nos idos de janeiro de 2013, em que o Pe.
Miguel, com o seu bom humor, ia aquecendo a assistência com ânimo e boa
disposição.
«Sorriste-me, agora atura-me.» é lema que está cristalizado na
minha memória, surgindo pela entoação afável do Pe. Miguel.
No Pe. Miguel encontro agora um especial intercessor junto de Deus,
para ajudar-me a cumprir fielmente este meu dever de cristão, resumido no lema
que o bom pastor introduziu: «Sorriste-me, agora atura-me.»
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