Distantes vão já os dias de verão, de marginal cheia, de multidões na praça.
Por esta altura Esposende é, como muitas outras localidades costeiras, um misto de arrepios de inverno e saudades do verão.
Nada que se estranhe. Estamos habituados a isto. Está-nos no sangue.
Crescemos a blasfemar ora contra as ******* das nortadas ora contra o marasmo dos dias frios.
Vá-se-lá desejar uma nesga de sol aos domingos que traga à praça as feiras de velharias, de artesanato, de tradições... que traga gente! Nem que seja só para tomarem um café de circunstância a troco de uma ida ao WC do estabelecimento! Mas... deseja-se gente por cá. Gente que venha, vá e volte! Gente que não esqueçamos e que não se esqueça de nós.
Falando em esquecido... lembro do "nosso" D. Sebastião - este natal abrilhantado por uma espécie de velas que pareciam atribuir finalmente a chancela de óbito ao desaparecido. Não fossem as ditas velas e aqueles dias de nevoeiro perto do natal e ninguém se lembraria de D. Sebastião. Pelo menos nos dias de nevoeiro sempre vamos ficando à espera que ele apareça, quiçá pelo próprio pé, a caminhar sobre as águas ali pela barra acima.
Estou certo que se o "verdadeiro" aparecesse a primeira coisa que questionaria era porque carga de água lhe ergueram uma estátua ali escondida numa praça que não é praça, num jardim que não chega bem a ser jardim e onde bem contextualizado ficava o pelourinho (só para lembrar aos que não percebem o alcance das decisões da casa ao lado... que tempos ouve em que eram mais "justas"... ou devo dizer "ajustadas à medida"?)
Melhor seria colocá-lo no meio de uma rotunda! Estaria visível. Estaria lembrando. Sugiro até que à boa maneira madeirense fosse dado ali um retoque nos vincos da roupa ao homem! Assim seria notícia.
De outro modo, a permanecer onde está, o "nosso" D. Sebastião vive também na penumbra, escondido, à espera dos dias de nevoeiro.
E claro está, não esquecendo o aspecto promocional da coisa, imaginem o prestígio que daria sairem na próxima revista local umas fotos em jeito de "olha nós ao lado do D. Sebastião"! Era top!
Se ninguém me ouvir, pelo menos vistam-lhe uma camisola do SLB e uma faixa a dizer "reservado" só para afronta aos tipos da capital! Eles festejam junto ao Marquês, nós festejaremos junto ao Rei.
E porque o post tem o seu quê de passado, termino-o em jeitos de modernidade: #D.SebastiãoEmLugarVisívelJÁ!!
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