quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O sebastianismo local...

Distantes vão já os dias de verão, de marginal cheia, de multidões na praça.
Por esta altura Esposende é, como muitas outras localidades costeiras, um misto de arrepios de inverno e saudades do verão.
Nada que se estranhe. Estamos habituados a isto. Está-nos no sangue.
Crescemos a blasfemar ora contra as ******* das nortadas ora contra o marasmo dos dias frios.
Vá-se-lá desejar uma nesga de sol aos domingos que traga à praça as feiras de velharias, de artesanato, de tradições... que traga gente! Nem que seja só para tomarem um café de circunstância a troco de uma ida ao WC do estabelecimento! Mas... deseja-se gente por cá. Gente que venha, vá e volte! Gente que não esqueçamos e que não se esqueça de nós. 

Falando em esquecido... lembro do "nosso" D. Sebastião - este natal abrilhantado por uma espécie de velas que pareciam atribuir finalmente a chancela de óbito ao desaparecido. Não fossem as ditas velas e aqueles dias de nevoeiro perto do natal e ninguém se lembraria de D. Sebastião. Pelo menos nos dias de nevoeiro sempre vamos ficando à espera que ele apareça, quiçá pelo próprio pé, a caminhar sobre as águas ali pela barra acima.

Estou certo que se o "verdadeiro" aparecesse a primeira coisa que questionaria era porque carga de água lhe ergueram uma estátua ali escondida numa praça que não é praça, num jardim que não chega bem a ser jardim e onde bem contextualizado ficava o pelourinho (só para lembrar aos que não percebem o alcance das decisões da casa ao lado... que tempos ouve em que eram mais "justas"... ou devo dizer "ajustadas à medida"?)

Melhor seria colocá-lo no meio de uma rotunda! Estaria visível. Estaria lembrando. Sugiro até que à boa maneira madeirense fosse dado ali um retoque nos vincos da roupa ao homem! Assim seria notícia.
De outro modo, a permanecer onde está, o "nosso" D. Sebastião vive também na penumbra, escondido, à espera dos dias de nevoeiro.

E claro está, não esquecendo o aspecto promocional da coisa, imaginem o prestígio que daria sairem na próxima revista local umas fotos em jeito de "olha nós ao lado do D. Sebastião"! Era top!

Se ninguém me ouvir, pelo menos vistam-lhe uma camisola do SLB e uma faixa a dizer "reservado" só para afronta aos tipos da capital! Eles festejam junto ao Marquês, nós festejaremos junto ao Rei.

E porque o post tem o seu quê de passado, termino-o em jeitos de modernidade: #D.SebastiãoEmLugarVisívelJÁ!! 



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