domingo, 22 de maio de 2016

Prof.º Manuel Ribeiro, recuperar o ESHM andebol.

Aproximam-se os 10 anos da morte do Prof.º Manuel Ribeiro e deveríamos tratar melhor a sua obra.
E a sua obra foi o andebol na Escola Secundária Henrique Medina, ESHM.
Quem acompanhou o andebol da ESHM em 1996 sabe perfeitamente quais os motivos que levaram à deslocalização do andebol de Esposende para São Bartolomeu do Mar.
Foi uma solução que permitiu a continuação do andebol no concelho, que permitiu que as atletas continuassem a jogar e a trazer bons resultados para o concelho e que deveria envergonhar as nossas forças vivas da cidade, da Câmara à Escola, que permitiram que uma instituição morresse para ressuscitar numa freguesia.

Viviam-se os tempos áureos da equipa da ADE, havia natação e canoagem, logo não havia grande preocupação com o andebol.
Mas isso não implica que se apague a memória porque a memória não se apaga, esquece-se.  
Digo isto porque hoje é difícil, quase impossível, consultar o histórico da ESHM nos anos em que teve clube andebol.
Nem no site da federação nacional de andebol, nem no site da ESHM, nem em lado nenhum, se encontra informação, resultados, classificações, equipas, taças ou fotos ou o símbolo do clube quer da sua secção feminina quanto mais da secção masculina.
E isto tem de ser corrigido.
A ESHM foi o clube em jogo coletivo de maior sucesso em Esposende no pós-25 de Abril.
Primeira equipa sénior do concelho a disputar uma 1ª divisão nacional, equipas das camadas jovens diversas vezes campeãs regionais e vice-campeãs nacionais, campeã da Europa em desporto escolar, muitas atletas nas seleções nacionais, treinadores que começaram na ESHM e chegaram a selecionadores nacionais e às equipas de topo.
Eu sou do tempo em que numa tarde chuvosa de sábado, 2 autocarros saíram de Esposende em direção a Espinho para ver um play-off de acesso à 1ª divisão frente ao Sporting de Espinho, num pavilhão de Espinho repleto e da Rádio Esposende transmitir esse jogo em direto.
Estas memórias vivem em mim e noutros tantos que lá estiveram mas também deveriam viver num local próprio, numa plataforma física que permita ter este acervo disponível.
Estas memórias foram conquistadas na ESHM e não em São Bartolomeu do Mar e é a ESHM que deve cuidar e preservar estas memórias.
Sei que me dirão, porque a memória também serve para isto, que foi pela sua vontade na altura que o acervo de taças e memorobilia foi dado a São Bartolomeu do Mar por ter sido a continuação do clube mas sei que isso não impede que se recupere a informação e que se faça o acerto histórico e esse acervo retorne à ESHM.  

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