segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ISAVE em Esposende.

E mais uma vez, a promessa de passar um dos Cabos das Tormentas da vida esposendense, o ensino superior no concelho!

A notícia surgiu aquando da assinatura de um acordo entre o município e o ISAVE para a colaboração do instituto num projeto de promoção de saúde no concelho e como têm sido apanágio nos anúncios sobre este assunto ficou tudo envolto num manto de promessas, desejos e vontades que não marca uma linha de ação ou um rumo para se caminhar no sentido de instalar em Esposende uma instituição de ensino superior.

Se por um lado percebo que estas parcerias e cooperações são uma boa ponte entre o município e a instituição em si e lança uma base sólida para projetos de outra envergadura, pontes essas que podem ser construídas de uma forma mais expedita quando existe grande disponibilidade financeira mas quando os recursos escasseiam, temos que partir para soluções mais inteligentes.

Por outro lado, teremos de ser concisos naquilo que queremos.

Pode ser apenas defeito de ter tido conhecimento da notícia pelos canais habituais, mas falar de colocar um polo de ensino de superior na área da saúde enquanto a representante do ISAVE fala de curso de Turismo e de Gastronomia pode provocar alguma desorientação a quem lê e vê e não se perceber em que sentido vamos.

Mas também teremos claramente perceber aquilo que o concelho e os munícipes estarão dispostos a dar para o ensino superior se fixar em Esposende.

Falo de terrenos, falo de verbas para construção de edifícios, falo de serviços de transporte e logística, falo de operações de marketing e publicidade, falo em disponibilização de espaços para conferências e colóquios, falo em disponibilização de vagas para estágios, e posteriores empregos, por parte dos operadores locais para formandos com formação superior em lugares onde essa formação seja uma mais valia.

Ter um empregado com formação superior a fazer o trabalho de um empregado com o 9º ano durante anos é deitar o dinheiro dos contribuintes gasto em educação pela janela, e isso eu não posso admitir.

Ter alguém a formar superiormente pessoal no ramo de hotelaria para eles irem trabalhar para Viana do Castelo, Guimarães ou Ponte de Lima porque é lá que estão os operadores turísticos que os valorizam é deitar o esforço do concelho pela janela, e isso eu não posso admitir.

Os nossos operadores turísticos terão de se adaptar a esta nova realidade e o seu campo de ação, mercado-alvo ou cliente desejável deverá forçosamente conseguir justificar este incremento de qualidade nos quadros das empresas.

Em suma, teremos de ter munícipes, empresas dos vários sectores, instituições públicas e atores políticos alinhados nos sacrifícios que este desafio acarreta.


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