Se o turismo for aposta no concelho de Esposende, as
atividades náuticas deverão ser um dos pilares mais fortes.
Falo do Centro de Actividades Náuticas - Sabseg.
Atualmente, este centro da responsabilidade do Fórum
Esposendense já conta com um conjunto de valências e atividades interessantes,
como a escola de vela, os passeios pelo rio Cávado, os encontros de embarcações
históricas no rio Cávado, entre outras,
sendo para mim claro que com algum reforço das atividades pode ser uma
das novas estrelas do nosso concelho. A escola de vela consegue proporcionar atividades o ano
inteiro. Além de criar e fomentar um novo desporto no concelho que pode ser
aproveitado para atrair mais alguns eventos para o concelho como competições de
vela das mais diversas disciplinas, consegue criar a dinâmica da vela para os
praticantes ocasionais.
Mas a mais interessante delas todas será a das excursões ao
Rio Cávado.
Os passeios deveriam ser divididos em dois tipos, o de tipo
excursão e o de tipo cruzeiro.
Os passeios em modo excursão teriam de ser aquilo que o
próprio nome indica, uma excursão. A sua vertente deveria ser a de conseguir
reunir o maior número de pessoas possível num barco para que o preço final
fosse atrativo, tendo como principal objetivo fazer um passeio turístico para
apreciar quer o rio, quer as margens, fazendo com que os viajantes vissem as localidades
que estão à margem de uma nova perspetiva, dando a conhecer algumas delas a quem
não as conhece, promovendo o rio em si, utilizando um guia turístico que fosse
contando factos curiosos e históricos do rio Cávado, fazendo assim a ponte com o
que poderiam encontrar no Museu Marítimo, local onde este tipo de excursão
deveria acabar, já que à semelhança do Museu Municipal este museu ainda não se
encontra apelativo para quem passa.
Os passeios em modo cruzeiro não procurariam atrair o máximo
de pessoas mas sim pequenos grupos dependendo da capacidade das embarcações. Aqui o objetivo seria proporcionar às
pessoas uma embarcação para passar o dia no rio, com refeições a bordo, possibilidade de apanharem banhos de
sol, poderem movimentar-se no rio, entre outras atividades. Assim
conseguiríamos atrair as pessoas que querem passar um dia no rio, a desfrutar
do rio, e não serem obrigadas a terem barco próprio. Vejo aqui possíveis problemas
em termos de licenças de navegabilidade, mas cada embarcação poderia vir com
um piloto encartado para o efeito. A
inexistência deste tipo de possibilidade é uma das lacunas da nossa oferta
turística, já que este segmento não só atrai as pessoas como fixa e publicita
de uma forma indireta os locais que a promovem.
Para lançar de uma forma convincente o que aqui em cima
escrevi seria necessário garantir que as condições em que este centro atuaria fossem
apresentáveis. Quem passa pelo estaleiro não pode deixar de pensar se o
edifício se encontra devoluto ou em estado de abandono tal como o jardim e a
rampa de saída para o mar, que mais parece um estaleiro abandonado da Lisnave
do que um centro em plena atividade. É
necessário que o Fórum Esposendense tente junto das autoridades competentes algum
tipo de apoio para a recuperação do espaço e a sua dignificação.
Se existem imagens
que nos ficam e nos fazem pensar se a sociedade civil está adormecida e à sombra das suas instituições, a
marginal de Esposende surge como um bom exemplo contrário. Se numa das suas pontas
temos as virtudes da recuperação (e certíssima) da marginal com recurso a financiamentos
externos, na outra ponta começamos a ver o despontar de novos pontos de atração
e de animação em Esposende.
O “Mar” não rende dinheiro apenas com a pesca, temos de ir
mais além.
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