Nos últimos dias sugiram um pouco
por toda a parte notícias e comentários sobre a implementação de novas empresas
nos concelhos vizinhos ao de Esposende, casos de Viana do Castelo ou um pouco
mais distantes, como Paredes de Coura. Há quem defenda uma implementação
massificada de indústria no concelho de Esposende, há quem defenda que não e
que nos devemos guiar por esse lema de sermos um “Privilégio da Natureza”. Ou
seja, voltamos a ter várias opiniões e, como em quase todos os temas, as tropas
de cada lado da barricada “digladiam-se na arena” que são as redes sociais.
A cada lado dou um pouco de
razão, mas acho que Esposende deve, sem sombra de dúvida encontrar um ponto de
equilíbrio entre aquilo que é a sua beleza natural e quais os sectores a captar
e potenciar para um desenvolvimento económico sustentável e progressista.
Sou contra a implementação da
chamada “indústria pesada” no Concelho, a qual colocaria em risco vários
recursos naturais, sendo que não estamos vocacionados para tal, mas por outro
lado sou totalmente contra a massificação de comércio nas zonas, ditas,
industriais.
Com a revisão e aprovação do PDM,
o plano dotou o Concelho com áreas de maior implementação industrial e até
agora pouco se na execução dessa implementação. Ainda há uns dias mais um caso
de uma empresa que não encontrando “aceitação” no nosso concelho se foi
instalar em Viana do Castelo, e como essas tantas. E ouve-se à boca pequena,
que algumas que cá estão pensam mesmo sair…
Estamos a perder uma corrida
contra outros Concelhos? Estamos, estamos em toda a linha.
Não estamos a saber captar o tipo
de empresas que, a meu ver nos interessa, empresas com pouco impacto ambiental,
mas com muita criação de valor, empresas cujos colaboradores procuram aquilo
que Esposende oferece, ser um “privilégio” (que o é, independentemente de quem
está a comandar o destino deste concelho), fazendo com que esses mesmos
colaboradores pensem, em tempo futuro, instalar—se no nosso Concelho.
Empresas de serviços, com alta
criação de valor, nomeadamente as empresas de carácter tecnológico são aquelas
que nos devem interessar.
Esposende tem tudo para a
implementação de várias empresas deste sector, não colocam em risco os nossos
recursos naturais e têm um potencial empregador imenso. Esposende está bem
posicionado em termos geográficos, está a 30 minutos do Porto, de um porto de mar
e de um aeroporto, estamos a 20 minutos de Braga, a 10 de Viana, para além
disso e face à falta de um Pólo Universitário em Esposende, podemos aproveitar
os Pólos destas três cidades.
Esposende ao longo dos últimos 20
anos dotou-se de várias infraestruturas, requalificou zonas junto ao rio, em
vários pontos das várias freguesias, o que torna o nosso concelho um dos mais
aprazíveis para se viver, o que contribuiu para uma qualidade de vida que
muitos procuram.
Mas então o que falta?
Falta muita capacidade de
inovação, muito engenho e por vezes acho que falta predisposição para tal…
Fala-se de uma incubadora de negócios há demasiado tempo (parece que agora verá
a luz do dia), quando muitos dos Concelhos vizinhos já o fizeram há tantos ou
mais anos do que o nascimento da ideia no nosso concelho.
Meus Senhores, as empresas não
vão bater à porta da Câmara, a Câmara é que tem de estar atenta e bater à porta
das empresas. Olhem o exemplo da Farfetch, uma empresa que necessitou de
relocalizar e claro, quem lhes bateu à porta foram os responsáveis Portuenses
que conseguiram instalar a empresa na zona industrial da Lionesa enquanto
outros Municípios viram o comboio passar. Temos de olhar para os exemplos, como
este e outros, em que o Porto se “mexeu” e se tornou um local atractivo, mas não
tarda estará sobrelotado e devemos estar preparados para aproveitar esse factor.
Num mandato que tinha como “bandeira”
o crescimento e desenvolvimento económico, parece-me, ficamos muito aquém do
esperado.
Perdemos o comboio, mas ainda
podemos apanhar a última carruagem!!!
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