segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Sandokan, o tigre de papel

Muito se tem falado nestes últimos tempos sobre a deslocação da empresa Sandokan para Esposende e o gorar dessa hipótese.

Vivo na profunda convicção que Esposende não chegou a esse ponto de desenvolvimento que lhe permita deixar passar este tipo de investimento no concelho e de deixar passar mais uma possibilidade de aumento orçamental. Sei também, que ao contrário do que foi ventilado em alguns fóruns, a instalação  Sandokan não iria trazer um rol de novos empregos já que estamos a falar da transferência da sua base logística onde a estrutura a implementar seria a já existente, mas reafirmo que os preferia ter em Esposende do que em Viana do Castelo.

A reboque desta questão foram também levantadas algumas questões sobre a pertinência de existir indústria “pesada” em Esposende.

Posso ser um idealista, mas quando pensamos no desenvolvimento do concelho temos de pensar que a população residente é heterogénea em termos de formação académica e ou estamos dispostos a encaminhar as futuras gerações para um determinado caminho ou temos de pensar como tornar as medidas mais abrangentes.

Percebo em parte o ponto que é defendido por vários, e que aqui foi defendido pelo correligionário de blog João Felgueiras, ressalva que um dos caminhos para Esposende é o de tentar atrair as empresas dedicadas às novas tecnologias que não criam tanto impacto ambiental e trariam novas pessoas para o concelho mas este tipo de indústria apresenta uma amplitude de aplicação a quem já mora cá mais reduzida.

Sei também, pelo que já foi dito em público, que a direcção camarária não vai procurar instalar indústria “pesada” em Esposende já que na visão desta Esposende deve-se resguardar do desenvolvimento industrial mas sejamos realistas: nos dias que correm e com a legislação em vigor poucas serão as indústrias que representam um grave risco para a saúde pública e para o meio-ambiente.

A Solidal vive paredes-meias com a Marginal e o Rio Cávado e não é por isso que deixam de ser locais sem poluição.

Aproveitar o espaço entre o Modelo e a Solidal que bordejam o acesso rodoviário à A28 para colocar algumas fábricas, e não lojas dos chineses ou lojas comerciais, seria um bom aproveitamento do espaço e não seria uma ameaça às áreas protegidas. Podemos pensar mesmo em resolver a situação do “Hotel Nélia das fábricas” que representam os antigos terrenos do grupo Quinta & Costa: um local já edificado para exploração industrial que não apresenta um acrescento de pressão imobiliária no local.

Mas destes terrenos falarei mais tarde.

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